O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Municipal de Belo Horizonte (Sind-REDE/BH) vem por meio desta nota expressar seu total apoio e solidariedade às greves que estão ocorrendo em diversos estados do Brasil. É com grande preocupação que observamos a necessidade dessas mobilizações em face da intransigência e descaso dos governos, mesmo quando estes se autodenominam de esquerda.
No Ceará, os professores e professoras, juntamente com outras categorias, têm enfrentado uma batalha árdua contra a falta de diálogo e o autoritarismo do governo estadual. Além disso, a base precisou se rebelar contra a direção do próprio sindicato, a Apeoc (Sindicato dos Servidores Públicos das Secretarias de Educação dos Municípios do Ceará), tem se negado a seguir as decisões votadas em assembleia, com uma tentativa de impedir a greve até com agressões físicas. A atual direção do Apeoc é acusada de tentar impedir a greve para favorecer o governo de Elmano de Freitas (PT).
Em Belém do Pará, os servidores municipais tiveram uma vitória importante ao derrotar a proposta de reajuste zero do prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL), a greve foi iniciada no dia 26 de março e foi suspensa ontem (10/04). A paralisação das atividades foi a única forma de fazer ecoar suas reivindicações por melhores condições de trabalho e salários dignos. Apesar da suspensão da paralisação, o estado de greve continua para pressionar o executivo e a Câmara de Vereadores de Belém a colocar no orçamento da cidade os valores referentes ao realinhamento do salário base ao piso salarial nacional da educação e da enfermagem, além das melhorias nas condições de trabalho.
No Rio Grande do Norte, a situação não é diferente. Servidores da saúde e da educação lutam bravamente as péssimas condições de trabalho impostas pelos governos estadual e federal. A situação dos servidores federais permanece a mesma, com a proposta de reajuste zero para o ano de 2024, feita pelo governo Lula e condicionando o reajuste de 2025 ao aumento na arrecadação da receita. A governadora do estado, Fátima Bezerra (PT), seguiu os passos do governo federal, e anunciou uma proposta muito semelhante para os servidores estaduais, também com reajuste zero para 2024. O descaso com os profissionais que dedicam suas vidas ao serviço público é revoltante e merece toda a nossa solidariedade.
É irônico e lamentável que, em todos esses casos, os servidores estejam enfrentando governos da ala progressista. É evidente que a retórica progressista não se traduz em práticas efetivas de valorização do serviço público e de seus trabalhadores. O Sind-REDE/BH reitera seu compromisso com a luta dos servidores em todo o país e se coloca à disposição para contribuir no que for necessário para garantir seus direitos e dignidade.
Acreditamos que somente com a união e a mobilização dos trabalhadores será possível enfrentar os retrocessos e as injustiças que assolam o serviço público brasileiro. Seguimos firmes na defesa da educação pública, gratuita e de qualidade, e na luta por uma sociedade mais justa e igualitária. Solidariedade aos grevistas do Ceará, de Belém do Pará e do Rio Grande do Norte!
Construir uma grande marcha nacional em Brasília, dia 17
Fortalecer a unificação dos servidores e servidoras em nível nacional é o caminho para arrancar as reivindicações dessas greves. Neste sentido, a CSP-Conlutas junto aos sindicatos em greve e outras entidades nacionais têm convocado a Marcha Nacional dos Servidores Públicos, em Brasília (DF), no próximo dia 17. Caravanas de diversos estados começaram a se organizar.
