Este ano Belo Horizonte assistiu a greve específica da Educação Infantil mostrou para toda comunidade como somos explorados/as e mal remunerados/as para cuidar e educar das crianças da cidade. Nossas mobilizações denunciamos as condições de trabalho, a carreira desigual e desvalorização da educação, além de colocar para a sociedade a necessidade da carreira única.
Foi a greve mais forte dessa década que trouxe por força da categoria o repúdio imediato a violência do dia 23/04 e a adesão de 90% das UMEIs/escolas a nossa greve. Mantivemos por um mês um quadro de greve de 74% de paralisação.
Construímos estratégias de mobilização e resistência que envolveram professoras/es, mães, pais, artistas, vereadoras/es, deputados, Ministério Público, Conselho Municipal de Educação e toda a população que circulou nas imediações dos nossos atos e do acampamento na Porta da PBH cobraram do prefeito Kalil (PHS) a reabertura do diálogo.
No entanto, embora tenhamos obtido VITÓRIA os ataques continuam! O reajuste da categoria anunciado é 2,43% a partir de agosto e a reforma da previdência municipal nos mostram isto..
A nossa tarefa agora é nos integrarmos à luta geral da nossa categoria e reforçar a unidade da educação para fazermos o enfrentamento contra a retirada de direitos!
Devemos participar das instâncias da nossa categoria: Plenárias de representantes, Seminários, assembleias gerais e outras. Vamos eleger as/os nossas/os representantes nas UMEIs/escolas. Precisamos trazer o aprendizado da greve para dentro de nossas escolas e organizar as discussões sobre os projetos de lei em tramitação na câmara. Temos com todos os servidores da educação, a luta por reajuste salarial e contra qualquer política que atende contra os nossos direitos.
Temos que implementar algumas ações para participarmos das lutas do segundo semestre, visto que, saímos de uma greve longa e temos um extenso calendário de reposição.
- Através da eleição de representantes por turno;
- Fazendo as discussões dos projetos lei;
- Buscando aprofundar as informações repassadas pelos representantes e dirigentes sindicais;
- Participar das atividades gerais da categoria;
- Está atento a atuação dos vereadores para cobrá-los o apoio nas votações que cumpram com as defesas da categoria;
- Estabelecer o diálogo nas unidades para buscar solucionar coletivamente as demandas e problemas que possam ameaçar a gestão democrática nas UMEIS/escolas;
- Repassar para os dirigentes sindicais as dificuldades presentes no contexto escolar para juntos buscarmos soluções viáveis para o grupo;
- Participar das instâncias de tomada de decisões da categoria (reuniões de representantes, audiências públicas, atos, assembleias da categoria).
Esse enfrentamento unificado contra a retirada de direitos reforça o nosso lema “Mexeu com uma/um, mexeu com todas/os.
A partir da nossa greve obtivemos a vitória das seguintes reivindicações:
- Reposicionamento na tabela de níveis do/a professor/a imediata aprovação do PL 442/17;
- Ascensão de mais 2 níveis para quem já progrediu com graduação;
- Reposicionamento na tabela de níveis para a/o professor/a da educação infantil estável que teve seu diploma de graduação negado para progressão;
- Reposicionamento imediato, no nível 5, para as/os professoras/es que estão no período probatório e possuem graduação;
- Alcance de mais 3 níveis na Carreira da Educação até abril/2020 para o professor/a graduado/a, ficando faltando apenas 2 níveis para unificar nossos direitos com o professor/a do Ensino fundamental;
- Após a ampliação de níveis até o nível 8, todas/os que cumprirem as etapas de progressão por escolaridade e mérito, poderão alcançar até o nível 22 da Carreira da Educação;
- Devolução dos salários cortados;
- Ampliação das condições de reposição dos dias de greve;
- Oferta de Cursos de Pós-graduação;
- Oferta de Curso de Formação Superior para as/os professoras/es que têm formação básica em Magistério;
- Ingresso na carreira com nível superior e o imediato posicionamento no nível 5 na tabela de níveis.
Precisamos implementar as seguintes decisões:
– Seminário da Educação Infantil do Sind-Rede/BH: tirar comissão, eixos e objetivos
– Avaliar as alterações vivenciadas nas UMEIS/Escolas para ampliar as vagas na EI;
– Aprofundar as discussões sobre a emancipação das UMEIs em EMEIs;
– Propor uma política que defenda qual concepção de educação infantil defendemos para as crianças de 0 a 5 anos;
-Fortalecer o levantamento das demandas das escolas;
-Discutir e elaborar um documento norteador que reforcem as nossas defesas e concepções;
– Escrever a Revista da Educação Infantil;
– Terminar o Dossiê da Greve da Educação Infantil e marcar a data de divulgação.
– Preparar a Campanha em setembro para discussão com o governo Kalil sobre os 3 níveis que faltam.
Boletim da Plenária de Representantes Específica da Educação Infantil de 13 de junho de 2018.