Contrato de privatização do Metrô-BH é assinado e metroviários anunciam nova greve

O Sind-REDE/BH se solidariza com os trabalhadores na luta em defesa dos seus empregos

Em assembleia realizada na última sexta-feira (24/03), os metroviários votaram pela retomada da greve geral da categoria. O movimento foi iniciado logo após a assinatura do contrato de privatização entre o Grupo Comporte, vencedor do leilão ocorrido no final do ano, o BNDS e, posteriormente, com o estado de Minas Gerais.

A greve do metrô, que se estendeu por mais de um mês, havia sido suspensa na última semana. Os trabalhadores aguardavam o prazo dado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) para que o governo federal apresentasse um plano para a manutenção dos 1600 empregos. A reivindicação principal do Sindimetro-MG e dos trabalhadores e a anulação do Leilão, em função das inúmeras irregularidades. Mas em caso de concretização do processo de privatização, que ao menos os trabalhadores fossem mantidos como empregados públicos da CBTU, aproveitados pela própria empresa ou por outras empresas ou instituições públicas. Porém, mesmo com a recomendação do MPT para que o contrato com a empresa Comporte não fosse assinado, o BNDS concretizou a assinatura na última quinta-feira (23/03), o que possibilitou ao Governo Zema (Novo) assinar a concessão no dia 24 de março. Dessa forma a única saída foi a retomada do movimento grevista.

O Sind-REDE/BH se solidariza com os trabalhadores metroviários na sua luta por estabilidade no emprego. Os trabalhadores são concursados e merecem ter sua estabilidade respeitada. O Sindicato também é contra a privatização de qualquer bem público, principalmente quando ele se dá de forma escandalosamente questionável, como aconteceu com o Metrô-BH, que foi vendido em um leilão com lance único por cerca de 25 milhões de reais, sendo que sua última avaliação pelo BNDES era de R$ 750 milhões.

Os metroviários também denunciam que o valor arrematado equivale a pouco mais de um dos 35 trens da instituição. Além disso, o processo de expansão, a qual a privatização está vinculada, prevê que mais de 86% (R$ 3,2 bilhões) dos investimentos sairão dos cofres públicos e apenas 14% (cerca de 500 milhões) será de aportes do grupo Comporte.