Só essa semana três trabalhadores são infectados por Covid na Emei Paulo VI

Segundo levantamento do Sind-REDE, até o momento 53 casos de Covid-19 já foram confirmados desde a reabertura Escolas Municipais.

Emei Paulo VI – Foto: Google Maps

Desde a reabertura das Escolas Municipais no dia 26 de abril, o número de trabalhadores em educação contaminados por Covid-19 não para de crescer. Segundo levantamento realizado pelo Sind-REDE/BH, até o momento 53 casos de Covid-19 já foram confirmados entre os trabalhadores em Educação.

Nesta segunda feira, foram confirmado três novos casos em uma única Escola Municipal de Educação Infantil, a EMEI Paulo VI, na regional Nordeste. Diretora, vice diretora e coordenadora testaram positivo para Covid-19 mas, ainda assim, as aulas não foram suspensas na unidade.

Perícia Médica libera trabalhadores com sintomas

Um caso chamou atenção especial do Sind-REDE, uma professora da Escola Muncipal Ciac Lucas Machado Monteiro apresentou sintomas da Covid-19 e recorreu a Perícia Médica da prefeitura para realizar o teste. Após a avaliação médica e contrariando protocolos, a perícia liberou a professora para o trabalho presencial.

Por uma questão de responsabilidade, a direção da escola não autorizou o retorno da professora até o resultado do teste, que após dois dias recebeu a confirmação positiva para o novo coronavírus. O sindicato investiga se outros casos como este estão acontecendo com os trabalhadores que recorrem à perícia médica para o afastamento em caso de sintomas.

Metodologia do levantamento

O sindicato recebe as denúncias dos casos suspeitos e confirmados de Covid-19 através de um formulário virtual, preenchidos pelos trabalhadores em Educação. A partir disso, a direção da entidade faz a apuração dos casos, entrando em contato com os trabalhadores das escolas. O levantamento não inclui diversos casos suspeitos que ainda aguardam resultado

Como são consideração apenas as denúncias que tiveram casos testados e confirmados, após a checagem de um diretor da entidade, o número de infectados pode ser ainda maior, em especial entre os terceirizados que não possuem convênio médico.

O Sind-REDE denuncia que não existe uma orientação clara e uniforme, por parte da Prefeitura, sobre o encaminhamento dos trabalhadores com sintomas para a realização de testagem, o que faz com que muitos trabalhadores não realizem o teste. Também não há rastreamento, com a testagem das pessoas que tiveram contato com o trabalhador que apresentaram sintomas ou testaram positivo.

Além disso, o fato de a maior parte das pessoas não apresentarem sintomas contribui para a disseminação da Covid-19 e a subnotificação. Por isso, para se ter uma precisão sobre o número total de contaminados seria necessário que a Prefeitura adotasse uma política de testagem em massa dos trabalhadores em Educação e das crianças que aderiram ao retorno.