Nota de Repúdio à violência sofrida pela deputada estadual Beatriz Cerqueira

O Sind-REDE/BH repudia veementemente tais ações violentas, e entende que, uma educação antimachista e de respeito às mulheres deve ser luta diária.

Sind-REDE/BH, vem a público manifestar esta NOTA DE REPÚDIO pelas declarações ofensivas, mensagens desrespeitosas e ameaças às mulheres que atuam na Câmara Municipal de BH e Assembleia Legislativa de Minas Gerais nos anos de 2021 e 2022. Essas atitudes refletem a violência praticada contra as mulheres na sociedade.

A grande polarização ideológica e o acirramento em que os debates entre posicionamentos políticos se expressam em todas as dimensões da vida social, tem se intensificado neste ano de 2022 e provocado violências verbais, psicológicas e até mesmo físicas como a morte do tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu no dia 09 de julho de 2022. Tais violências são frutos de uma cultura de ódio construída e alimentada desde a eleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), elas se intensificam e frequentemente são direcionadas às mulheres que ocupam cargos eletivos.

A violência contra as mulheres é um crime cotidiano na sociedade capitalista que insiste em definir os espaços a serem ocupados por elas. Por mais que exista uma grande discussão sobre o número de mulheres eleitoras e sobre a necessidade desta representação se refletir no legislativo como a campanha do Tribunal Superior Eleitoral (TSE): Mais Mulheres na Política 2022, o que se assiste é um total desrespeito e violências praticadas contra as poucas mulheres que ocupam estes espaços.

Uma das últimas expressões desses ataques foi contra a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) que no último dia 8 de agosto de 2022 recebeu ameaças com visão política da extrema-direita, conteúdos de discurso de ódio publicados nas redes sociais proferidas por Lucas Ribeiro, assessor parlamentar do vereador Reinaldo Magalhães (PP), da cidade de Mário Campos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Também na Assembleia Legislativa, a deputada Andreia de Jesus (PT), que no ano passado foi ameaçada depois que pediu investigações sobre uma ação policial em Varginha, no Sul de Minas, que deixou 26 mortos, voltou a receber este ano ameaças de morte e cartas e bilhetes com frases racistas e até uma suástica desenhada.

Já na Câmara Municipal de Belo Horizonte, as violências sofridas também ganham corpo, cara e voz do machismo. Assim, depois das vereadoras Iza Gonçalves e Bella (PSOL) e Duda Salabert (PDT) sofrerem com as agressões verbais no ano de 2021, agora, no início de agosto, mais uma ameaça de morte contra Duda e sua família foi feita por e-mail, e a vereadora registrou queixa na delegacia.

Recorrentemente, os casos de violência praticados contra as mulheres na sociedade mineira tomam as páginas de jornais e o que mais cresce é o número de feminicídios. Assim, é preciso repudiar e insistir que manifestações de violência contra as mulheres não podem ser naturalizadas. No caso das mulheres que ocupam cargos legislativos, elas foram votadas e eleitas por um conjunto de eleitores e precisam ser respeitadas.

Frente a esses fatos, o Sind-REDE/BH se posiciona de forma categoricamente contrária a tais ações violentas contra as mulheres e entende que o combate à violência contra as mulheres deve ser constante, com uma educação antimachista para que tenhamos pessoas melhores na sociedade e para que os direitos já alcançados não sofram nenhum retrocesso, manifestamos o nosso total repúdio ao crescimento do facismo na esfera política.