Cerca de 60% dos trabalhadores em Educação aderem à Greve Sanitária

Sind-REDE/BH avalia que a adesão deve crescer ao longo da semana. O trabalho remoto não foi afetado

O primeiro dia de Greve Sanitária dos trabalhadores concursados em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte contou com a adesão de cerca de 60% da categoria convocada. Segundo a diretoria do Sind-REDE/BH vários grupos de trabalhadores ainda fazem o debate e há uma tendência de ampliação da adesão à greve ao decorrer da semana.

A maior parte dos trabalhadores atendeu o chamado do Sind-REDE/BH, deliberado nas últimas assembleias da categoria, se recusando a retornar ao trabalho presencial sem que haja condições seguras para o atendimento das crianças. Por se tratar de uma greve sanitária, o atendimento remoto não foi afetado.

Os trabalhadores consideram que abrir as escolas no atual momento da pandemia representa um grande risco para as crianças, trabalhadores e toda a comunidade escolar, pois os índices de contágio e ocupação de leitos permanecem muito altos na cidade. Como é possível conferir nos gráfico abaixo, fornecidos pelo Boletim Epidemiológico da PBH, a taxa de transmissão (rt) permanece próxima do nível de alerta em 0,96, a ocupação de leitos de UTI segue em alerta vermelho, em 81,5% e dos leitos de enfermaria em alerta amarelo, se aproximando dos 60%.

Números levantados pela Prefeitura não apresentam qualquer indicativo de controle da pandemia.

Em novembro de 2020, a Prefeitura de Belo Horizonte estabeleceu o índice de 20 novos casos para cada 100 mil habitantes para que as escolas fossem reabertas. Na época, os índices da cidade estavam por volta de 60 novos casos. Em abril de 2021, os índices se mantiveram acima dos 400 novos casos por 100 mil.

Boletim Epidemiológico do dia 27/04 aponta que índice de novos casos por 100 mil habitantes está 20 vezes acima da meta de baixo risco.

Os Assistentes Administrativos Educacionais (AAEs), trabalhadores das secretarias, bibliotecas e de apoio às caixas escolares, definiram pela manutenção de plantão nas escolas, para ajudar a garantir o atendimento remoto. Mas, o Sindicato alerta que em caso de aumento do número de pessoas nas escolas e possiblidade de aglomeração de famílias e crianças, de forma a aumentar o risco às suas vidas, também podem interromper o atendimento presencial, pois também estão abarcados pela decisão da greve sanitária.

Os trabalhadores reivindicam que o trabalho presencial só seja retomado com o controle da pandemia, a partir da redução dos índices de contaminação e da ampliação da vacinação. Visto que na prática, não há possibilidade de cumprir todos os protocolos apontados pela Prefeitura, dentro da estrutura existente nas escolas da rede pública.