Trabalhadores Terceirizados das escolas retornam às ruas e avançam na luta por direitos

DIA HISTÓRICO! Após dois anos sem uma presença massiva nas ruas, Terceirizados das escolas de BH lotam assembleia e rejeitam proposta de Kalil/MGS.

Estamos há 2 anos sem aumento de salário, e não é coincidência que também há dois anos não temos grandes mobilizações de rua. A pandemia nos deixou em casa e sem nossa ferramenta de luta por direitos: Greve e ato na rua. No dia 16 de fevereiro, com a categoria vacinada com dose de reforço e com todos cuidados necessários, voltamos à rua. Mais de 1000 trabalhadores rejeitaram a proposta de 13% sobre salário e ticket alimentação com a retirada dos Dissídios de 2020 e 2021 e fizeram uma linda manifestação pelo Centro da cidade, com faixas e distribuição de panfletos.

Trabalhadores no momento da votação pelo não aceite da proposta da PBH/MGS e aprovação de contraproposta.

Contraproposta é aprovada

Numa demonstração de que a categoria quer resolver a situação, foi aprovada uma contraproposta para dialogar e avançar nas negociações:

  • 15% sobre o salário e ticket alimentação, retroativo a janeiro de 2022
  • Manutenção dos Dissídios 2020 e 2021 que correm na Justiça
  • Retomada do pagamento mensal do ticket alimentação
  • Reorganização da lotação dos trabalhadores para ficarem perto de casa se assim desejarem
  • Abrir negociação junto à SMED e MGS dos seguintes itens:
    • Trabalho aos sábados da faxina
    • Horário de trabalho do porteiro aos fins de semana
    • Deslocamento para atendimento em mais de uma escola dos artífices e mecanógrafos.
    • Situação das novas tarefas do Apoio ao Educando com sobrecarga e responsabilidades antes exclusivas dos docentes (Ficar com a turma sozinho).
    • Tarefas da Escola Integrada
    • Emprego dos trabalhadores do Caixa Escolar; entrada das OCIPs na Integrada. 
    • Sobrecarga nas tarefas da Cantina.
    • Entrega e qualidade dos EPIs conforme discussão na audiência do MPT. 

Após ato, MGS chama para conversar

Logo após o ato, com parte da diretoria ainda em frente à MGS, a empresa chamou para conversar. O presidente da MGS queria saber o que foi decidido e qual proposta iria resolver a situação. Informamos sobre a rejeição dos 13% e apresentamos a contraproposta votada pela categoria. Ele afirmou que já havia entrado em contato com a Prefeitura e que iria trabalhar para garantir a proposta e fecharmos um acordo. Vamos aguardar mantendo nossas ações de luta. 

Categoria demonstra força

Durante a assembleia os supervisores e a MGS fizeram questão de divulgar em todos os canais que a partir de março estaria normalizado o pagamento do ticket alimentação em parcela única e a reorganização da lotação dos trabalhadores para mais perto de casa. Essas eram pautas importantes da categoria, o fato de a empresa ter resolvido divulgar isso justamente no dia da assembleia e do presidente ter recebido o Sindicato logo após o ato demonstra que o dia 16 foi muito forte! A empresa se movimentou para atender parte das reivindicações, e isso só ocorreu porque muitos paralisaram e mais de 1000 foram às ruas! Se isso se concretizar, será uma grande vitória! Esse é o caminho para mais conquistas!

Vamos à luta! 

Categoria aprova calendário de mobilizações para denunciar e dialogar com a população sobre a situação dos trabalhadores nas escolas de BH. 

ALERTA Monitores da Integrada e Informática! 

No início dos anos 2000, quando a Prefeitura à época determinou que os Caixas Escolares iriam contratar pessoal, o Sind-REDE alertou que isso era ilegal e teria problemas. Nossa denúncia foi feita antes mesmo que houvesse um contrato pelos Caixas Escolares. Mas a PBH ignorou e seguiu seus planos.  

Em 2017 o “caldo’ entornou como o Sindicato alertou. O MPT determinou o fim das contratações via Caixa Escolar. Mas naquele momento a Integrada não foi atingida. Houve uma grande mobilização que garantiu o emprego por mais tempo dos colegas que hoje estão na MGS. Mas desde 2018 o sindicato tem reunido e debatido com a categoria o fantasma da entrada das ONGs e OCIPs para fazer a função da Integrada. Fizemos reuniões com a SMED que afirmou que o emprego não estava em risco.

Essa situação voltou com tudo essa semana. Saiu edital de OCIPs para as funções da Integrada e informação extraoficial coloca que já tem data limite para a DEMISSÃO de todos os trabalhadores que ainda ficaram no Caixa Escolar.

Escola Integrada: Muito mais que emprego; e a segurança e a qualidade no atendimento?

Alguns podem dizer que nossa preocupação é só com o emprego, que por si só já é uma luta justíssima, mas é muito mais do que isso! Hoje, os trabalhadores da Integrada têm uma relação com a Comunidade, são conhecidos nos bairros das escolas, têm vínculo direto. Como será isso com OCIPs e ONGs? Cada hora chegará uma pessoa de fora para atender nossas crianças e na semana que vem já está em outra escola? Isso precisa ser debatido!

Precisamos de respostas! Dia 24 de fevereiro vamos à SMED!

O Sind-REDE já solicitou uma reunião com a SMED para tratar do tema. É preciso nos mobilizar pela garantia do emprego! Por isso, reforçamos a convocação aos representantes para dia 24/02 participarem do Ato na Porta da SMED junto aos colegas da MGS. No local iremos realizar uma reunião específica da Integrada para debater e tirar ações sobre essa situação.

Calendário de Luta

17 a 25 de fevereiro: Panfletagens nas comunidades. Cada grupo escolar deve organizar a distribuição. 

19 e 20 de fevereiro: Carros de som nas 9 regionais denunciando a situação.

20 de fevereiro: Pastel e luta na Feira: Panfletagem na Feira Hippie para divulgar no estado todo a situação dos trabalhadores em BH. 9h, na Porta da PBH.

24 de fevereiro: Ação dos Representantes da MGS e Caixa escolar na SMED para negociar os itens de organização do trabalho e situação do PEI nas escolas.

26 e 27 de fevereiro: Colagem de cartazes perto das escolas denunciando a situação.

08 de março: Dia Internacional de Luta das Mulheres. Somos maioria mulheres e merecemos respeito! Nova paralisação e Assembleia na Praça da Estação.