Proposta do Governo visa acabar com a estabilidade no serviço público

Ministério da Economia tem se movimentado para que reforma tenha uma tramitação curta. Relator quer apresentar parecer ainda este mês.

Depois da aprovação da PEC Emergencial (186/19) na semana passada, o Governo Federal busca avançar ainda mais em sua agenda de ataques aos serviços públicos. O próximo passo é acelerar a tramitação da reforma administrativa (PEC 32/20), que nem passou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas já conta com uma forte articulação na Câmara dos deputados.

O relator da proposta, Darci de Matos (PSD/SC) é considerado um aliado do governo Bolsonaro. Apesar de ainda não ter apresentado todo o calendário de tramitação, o deputado combinou com o ministro da economia Paulo Guedes que apresentará o seu parecer até o dia 30 de março e iniciará as votações da comissão na primeira semana de abril.

Junto às articulações do relator da PEC com o Ministério da Economia, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL), pula etapas para acelerar a tramitação da PEC e já iniciou a criação da comissão especial que analisará a reforma. O presidente da Câmara já anunciou que o deputado Arthur Maia (DEM/BA) será o relator da PEC e Fernando Monteiro (PP/PE), presidirá a comissão.

O texto da reforma administrativa afeta os servidores que ingressarem no serviço público após a sua aprovação. A PEC acaba com o regime jurídico único e estipula novos tipos de vínculos do servidor com a administração pública. Dessa forma, os servidores que ingressarem não terão mais direito a estabilidade (com exceção das carreiras típicas de estado), com essa mudança será permitida a contratação de servidores por tempo indeterminado (que podem ser demitidos a partir de critérios que ainda precisarão ser regulamentados) ou por tempo determinado (que serão demitidos, caso não haja interesse de renovação do contrato).

A Reforma Administrativa (PEC32/2) é parte de um pacote mais amplo do Governo Federal, chamado de Plano Mais Brasil. Esse pacote de maldades engloba as Propostas de Emenda à Constituição Federativa (PEC 188/2019), Emergencial (PEC 186/2019) e Revisão Fundos Públicos (PEC 187/2019). Juntas, essas PEC alteram os fundos públicos, impactam na carreira dos servidores e nas regras de contas públicas.

Para a diretoria do Sind-REDE/BH lutar contra a reforma administrativa deve ser parte da luta para por para Fora Bolsonaro, Mourão e toda a sua política de desmonte aos serviços públicos. Para resistir a estes ataques, diversos sindicatos, federações e centrais sindicais estão mobilizando um dia de Greve Geral dos servidores públicos, a paralisação unitária está marcada para a próxima quarta-feira (24/03). “Temos que ser parte deste movimento e avançar no chamado a greve geral sanitária, em defesa da vida, por ampla vacinação, contra a carestia, contra o desemprego e pela defesa dos serviços públicos”, afirma o Sindicato.