As professoras das Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs) realizaram um ato público nesta quinta-feira (09/09), às 13h, na porta da Secretária Municipal de Educação (SMED), contra a nova organização das escolas na pandemia e o inexplicável aumento do número de trabalhadoras colocadas em excedência (quando são tiradas do quadro de sua escola de origem e passam a trabalhar de forma volante, sem um cargo específico em uma escola).
Desde o início de setembro, as professoras das EMEIs têm sido surpreendidas com mudanças na organização do trabalho das escolas, que tem gerado um aumento de trabalhadores no quadro de excedências. A estimativa do Sind-REDE/BH é que cerca de 20% das trabalhadoras esteja nesta situação e em algumas escolas o número de excedências chega a 50%.
Para o Sind-REDE/BH, a excedência deveria ser utilizada apenas como exceção, pois gera muitos problemas na dinâmica de trabalho das professoras, como a desarticulação dos vínculos com os colegas da escola de origem e a dificuldade em manter o trabalho com as turmas de alunos. Além disso, a excedência também gera problemas logísticos que comprometem a vida das trabalhadoras, que precisam se deslocar para locais mais distantes que muitas vezes ficam fora do seu trajeto para casa ou para outros locais de trabalho.
A Prefeitura alega que as excedências e possíveis transferências são provisórias, mas não explica porque isso está acontecendo, o que gera um cenário de desconforto e incerteza entre as professoras, já que não há redução de estudantes matriculados.
O Sindicato pondera que parte das excedências já era esperada pelo fato de o ensino integral não ter retornado este ano. No entanto, só este dado não explica um aumento tão grande no número de excedentes. “Aparentemente a Prefeitura não está garantido profissionais em quantidade adequada para o atendimento remoto. E colocam os trabalhadores no quadro de reserva, para rodar as escolas e cobrir licenças médicas, sem estabelecer nenhum protocolo para tal”, comenta o Sind-REDE.
No ato de hoje à tarde, na Porta da SMED, as professoras e os representantes do Sind-REDE tinham como objetivo marcar uma reunião com objetivo de abrir o diálogo com a Secretaria, para estabelecer uma negociação com transparência sobre a situação das professoras e quais as providências serão tomadas.
Mas para a surpresa de todos, a SMED estava de portas fechadas, sem ninguém para o atendimento presencial. Situação bem diferente do que acontecendo nas escolas onde as professoras que estão tendo que fazer o atendimento das crianças, mesmo em alguns casos sem dar conta de seguirem os protocolos de segurança.
As professoras e o Sind-REDE exigem da SMED a marcação de uma reunião para estabelecer diálogo e uma negociação sobre a situação das professoras e quais as providências serão tomadas pela Secretaria.
Veja vídeo e fotos do ato