Privatização dos Correios é aprovada pela Câmara. Mobilização é a única saída

Venda da estatal é uma prioridade para o Governo e mostra que, mesmo sob desgaste, agenda econômica de Bolsonaro e Guedes segue a pleno vapor.

Coluna dos trabalhadores dos Correios no ato 24J: Fora Bolsonaro, em Belo Horizonte. Foto: Diego Franco David/Sind-REDE/BH

A Câmara dos Deputados mal voltou do recesso e já acelerou sua agenda de ataques aos trabalhadores e à soberania nacional. Nesta quinta-feira (05/08), a casa legislativa, sob a direção do deputado Arthur Lira (PP/AL), aprovou por 286 votos favoráveis e 173 contrários o PL 591/21 que abre caminho para a privatização de 100% dos Correios.

O projeto ainda deve precisa passar pelo crivo do Senado Federal, mas para impedir a sua venda é preciso intensificar a mobilização em defesa da empresa estatal e dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras ectistas.

A vitória de Guedes, Bolsonaro e Lira na Câmara é um sinal de que, mesmo com o intenso desgaste do governo, o leilão de cargos no “centrão” tem sido suficiente para manter a agenda entreguista a pleno vapor.

O ímpeto privatista nem sequer se justifica. No ranking das empresas públicas que mais geram retorno ao governo, em relação ao investimento realizado pelos cofres públicos, os Correios aparecem no terceiro lugar, à frente da Caixa Econômica, Banco do Brasil, BNDES, Eletrobrás e Petrobras. Além de se manter com recursos próprios, nos últimos 20 anos os Correios repassaram mais de 9 bilhões aos cofres públicos só em dividendos.

Por não conseguir justificar sua venda, o governo tem apelado à mentiras da pior estirpe. Na segunda-feira, o ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD/RN), fez um pronunciamento em rede nacional afirmando que só a privatização pode salvar a Empresa e pediu celeridade na votação.

Até sob a ótica liberal, o regime de privatização escolhido pelo Governo é problemático, já que o PL 591/21 prevê a venda da estatal por um único comprador, sob regime de monopólio. Ou seja, apenas uma empresa privada ficará responsável pelo serviço postal em todo o país, o que inclui o transporte de vacinas, remédios, livros didáticos, provas do ENEM, urnas eletrônicas, cartas e encomendas.

Só a luta pode barrar a venda dos correios

As federações e sindicatos dos trabalhadores dos Correios têm se mobilizado para denunciar este gravíssimo ataque e barrar a aprovação definitiva da privatização. Nos atos pelo Fora Bolsonaro realizados no último dia 24 de julho, os ecetistas foram destaque nos protestos, levando a bandeira da luta contra a privatização. No último dia 29 foi realizado um ato em frente ao condomínio de Câmara Artur Lira.

Mas para barrar a venda dos Correios é necessário que a classe trabalhadora de conjunto abrace essa pauta e a incorpore na luta pelo Fora Bolsonaro. Frear a agenda entreguista e de desmonte do estado brasileiro é uma prioridade que depende da unidade dos mais diversos setores da classe trabalhadora.

Acesse abaixo o card de mobilização contra a privatização dos Correios: