A piora nos indicadores da pandemia, com o aumento de casos de Covid-19 em todo o país e a ausência de políticas públicas que freiem o avanço do contágio nas escolas têm gerado um clima de total insegurança para os trabalhadores em educação de Belo Horizonte. Está cada vez mais claro que todas as flexibilizações das medidas sanitárias, principalmente o fim do uso obrigatório de máscaras em ambientes fechados, foi uma medida precipitada e populista,
Em Belo Horizonte, diante da falta de transparência da Secretária Municipal de Educação (Smed) na divulgação dos dados sobre a contaminação nas Escolas da cidade, o Sind-REDE disponibilizou para os trabalhadores um formulário cujo resultado revela um cenário extremamente preocupante.
Vale ressaltar que o alcance de uma pesquisa do Sindicato é menor do que uma pesquisa oficial da Prefeitura, por não se tratar de um documento preenchimento obrigatório. Portanto, deve ser considerada a existência de subnotificação nos números que estão sendo divulgados.
O resultado aponta para um aumento significativo dos casos a partir da segunda quinzena de maio. Até sexta-feira (10/06), 189 casos de Covid foram confirmados entre os trabalhadores de todas as regionais. As regionais centro-sul, nordeste e Pampulha concentram o maior número de casos.
A pesquisa também aponta que os professores são os mais afetados pela flexibilização dos protocolos sanitários. Quase 80% dos contaminados nas escolas municipais são professores. Em cerca de metade das escolas consultadas, houveram mais de 5 casos confirmados. E impressiona a falta de medidas de isolamento. Em mais de 80% dos casos de professores contaminados não houve afastamento das turmas da escola.
Apenas 16,7% das escolas tornou o uso de máscaras obrigatório. O Sind-REDE/BH segue reivindicando que o prefeito de Belo Horizonte Fuad garanta obrigatoriedade do uso de máscaras, além de estabelecer outras medidas de segurança, como redução do número em sala de aula e volta do distanciamento obrigatório de 1 metro entre os estudantes em todo o ambiente escolar.
A Smed precisa ser transparente na divulgação dos dados ter uma postura ativa para impedir que o número de casos continue a crescer de forma tão acelerada no ambiente escolar, cujo o impacto é sentido por toda a comunidade.
A testagem em massa e periódica da comunidade escolar é a forma mais eficaz de garantir a diminuição dos casos, pois atua preventivamente quando os casos positivos são imediatamente isolados. É um absurdo que continuemos recebendo relatos de estudantes com sintomas gripais frequentando as aulas sem que tenham tido atendimento médico e muito menos feito o teste de Covid-19.
A subnotificação apontada pelo Comitê Popular de Belo Horizonte de Combate à Covid pode ser ainda maior no ambiente escolar, considerando que apesar de apresentar sintomas leves os estudantes podem transmitir
Outro ponto importante que precisa ser incentivado é a vacinação infantil contra a Covid-19. A PBH não lançou uma campanha efetiva direcionada a esse público que ainda tem uma cobertura vacinal baixa se comparada com o restante da população. Segundo os indicadores divulgados pela própria prefeitura, apenas 57,1% das crianças de 5 a 11 (idade que é permitida a vacinação) tomaram a segunda dose da vacina contra a Covid-19.