Andréia de Jesus é presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALMG
O Sind-REDE/BH vem a público manifestar a sua total indignação e repúdio em relação aos atos antidemocráticos e a sistemática violência política direcionada à deputada estadual Andreia de Jesus (PSOL). A deputa tem sofrido constantes ameaças de morte por estar cumprindo a função para qual foi eleita.
Os ataques se intensificaram desde que Andréia, como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, pediu a investigação sobre as 26 mortes em decorrência de uma ação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar em Varginha, no dia 31 de outubro.
A violência manifestada nas redes sociais contra Andréia de Jesus, mulher negra, periférica, não é um ato isolado e desconectado das movimentações antidemocráticas que, infelizmente, crescem na sociedade nem está dissociada do exercício da sua função parlamentar. As ameaças evidenciam, de um lado, uma vertente extremamente racista, machista e patrimonialista. De outro, uma reação odiosa à defesa dos direitos humanos.
A deputada, que teve o seu perfil nas redes sociais invadidos, recebeu mensagens de ódio, com ameaças de morte e que afirmavam, entre diversas brutais ameaças, que “seu fim será igual ao de Marielle”.
O Sind-REDE/BH ressalta que desde a morte de Marielle Franco, a violência política tem crescido contra mulheres parlamentares, especialmente as negras e representantes de minorias sociais. Parlamentares de inúmeras Casas Legislativas, dos mais diversos estados e municípios, têm sofrido agressões no exercício de suas funções, o que exige também uma incidência dos órgãos públicos, no sentido não só de preservar a vida e integridade física destas mulheres, mas também de responsabilizar agressores e cessar essa crescente violência.