Nota de pesar pela morte de Márcia Nunes, diretora da EM Marlene Pereira, vítima de Covid-19

Ao contrário da alegação da SMED para imprensa, Márcia estava trabalhando presencialmente para preparar a escola ao atendimento presencial.

É com imenso pesar que o Sind-REDE/BH comunica o falecimento da professora Márcia Nunes, por Covid-19. Marcia tinha 61 anos e não possuía comorbidades. Ela estava trabalhando presencialmente como diretora na Escola Municipal Marlene Pereira Rancante, na região Noroeste de BH, escola pela qual trabalhou por 27 anos, sendo diretora por cinco vezes.

Márcia foi uma ativista em defesa dos movimentos da educação e é lembrada por colegas como “uma pessoa que lutou em prol da escola pública de qualidade, em defesa dos professores e dos alunos carentes”.

Ao contrário da alegação da Secretaria Muncipal de Educação para a imprensa, apesar de fazer parte do grupo de risco, por ter mais de 60 anos, a diretora estava trabalhando presencialmente, em escala de revezamento, para preparar a reabertura da escola.

Quando Márcia adoeceu, o atendimento às crianças ainda não tinha começado, a abertura de duas turmas da educação infantil estava marcado para segunda-feira (17/05). Ainda assim, esse ano, dois porteiros da mesma escola, que também estavam em trabalho presencial, também já haviam testado positivo para a Covid-19.

Márcia sentiu os primeiros sintomas de Covid-19 no dia 7 de maio e se afastou do trabalho, chegou a ser entubada no dia 14, mas não resistiu e veio a óbito algumas horas depois.

A Diretoria Colegiada do Sind-REDE/BH se solidariza com a dor das famílias, amigos e colegas de Márcia Nunes. Em nota publicada no Facebook, o comando de greve escreveu:

“Mais uma Trabalhadora em Educação que perdemos para a pandemia e para a irresponsabilidade dos governantes. A ausência da garantia do isolamento social e de vacinação matou 430.000 pessoas no país, matou Márcia. Choramos sua morte na certeza de que a luta pela vida é justa e muito necessária neste momento e de que a ideia de atendimento presencial nas escolas não é nem razoável e nem segura. Márcia presente, presente, presente, agora e sempre.”