Mês do Orgulho LGBTQIAP+: Celebrar o orgulho de ser o que se é!

É preciso defender uma escola plural que valorize a diversidade, combatendo projetos que incentivem a intolerância como o Escola sem Partido

O mês de junho é o mês do orgulho LGBTQIAP+. A famosa sopa de letrinhas, que muitas vezes deixa as pessoas confusas, é a síntese da inclusão dedicado às pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transgênero, queer, interssexo, assexuais, pansexuais e todos os demais membros dessa comunidade que são excluídas e marginalizadas pela lógica heterocisnormativa de nossa sociedade.

O dia do orgulho rememora o aniversário da revolta de Stonewall, ocorrida no dia 28 de junho de 1969, em Nova York, quando uma rebelião foi instaurada contra prisões arbitrárias de pessoas LGBTs. A revolta de Stonewall incentivou uma série de manifestações semelhantes em todo o país e foi essencial para fortalecer as organizações de gays e lésbicas que já existiam e inspirar o surgimento de novas organizações ativistas pelos direitos civis de homossexuais em todo o mundo.

A revolta de Stonewall não foi o primeiro levante LGBTQIAP+, mas a sua importância mundial é inquestionável e marca uma virada na forma de se expressar a própria sexualidade, que deixa a marginalidade para se expressar de forma orgulhosa e militante. Foi a partir dessa virada que pessoas LGBTQIAP+ começaram a conquistar direitos através das disputas de espaços de poder e de leis específicas.

Mas a luta não para por aí, em tempos em que o ódio é incentivado institucionalmente é preciso resistir para garantir o direito de existir sem perseguição. O governo Bolsonaro representou um verdadeiro retrocesso para a comunidade, retirando as pessoas LGBTQIAP+ das Diretrizes de Direitos Humanos, extinguiu suas Conferências e Conselhos, instâncias importantes para acompanhamento de políticas públicas, além de ter utilizado essa população como alvo preferencial do seu discurso de ódio e pânico moral.

Na Educação, Bolsonaro incentivou às Câmaras Municipais e Assembleias legislativas a apresentarem o projeto “Escola sem Partido”, com o objetivo de limitar a autonomia dos professores, cerceando os debates em sala de aula sobre o suposta prerrogativa de combater à “Ideologia de Gênero”, um espantalho criado pelo movimento Bolsonarista que visa criminalizar o debate sobre gênero e sexualidade.

Para que a escola seja um espaço verdadeiramente democrático e inclusivo é preciso defender e valorizar a diversidade. Fazendo debates sobre a pluralidade de expressões de gênero e que não há nada de imoral ou errado em amar, independente do gênero ou sexualidade. Por isso, combater projetos que incentivem a intolerância como o Escola sem Partido, precisa estar sempre na pauta.

Apesar dos avanços, a população LGBTQIAP+ ainda sofre com a marginalização, o preconceito e a violência. Por isso, a luta pelo reconhecimento dos direitos já adquiridos e pela conquista de novos direitos deve ser permanente, o exemplo do passado deve servir para seguir adiante. A educação é um dos caminhos mais eficazes para essa luta, se a escola for um local de acolhimento, afeto e combate ao preconceito e a violência, ela também será o alicerce para construir uma sociedade onde se possa existir com orgulho, alegria e dignidade, sem precisar esconder o que se é!