Na manhã desta quinta-feira (13/03), os trabalhadores em Educação da Rede Municipal de Belo Horizonte realizaram a primeira Assembleia Geral da Campanha Salarial 2025, na Praça da Estação. O fórum foi convocado pelo Sind-REDE/BH diante da recusa da Prefeitura em abrir negociação imediata sobre a pauta de reivindicações da categoria.
Desde o início do ano, o Sindicato tentou iniciar o processo de negociação com o governo municipal, agora sob a gestão de Álvaro Damião (União Brasil). No entanto, a Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão (SMPOG) afirmou que só abrirá as negociações em julho, sem apresentar qualquer índice de recomposição salarial até lá. Esse posicionamento gerou indignação entre os trabalhadores, uma vez que o piso salarial nacional do magistério é reajustado anualmente em janeiro, e a campanha salarial da educação tradicionalmente acontece no início do ano. O mesmo ocorre para os demais servidores do município.
Para o Sind-REDE/BH, é inaceitável que a Prefeitura gaste recursos com contratação de empresas de “planejamento” e compra de materiais paradidáticos questionáveis enquanto se recusa a investir na valorização dos profissionais da educação e na melhoria das condições de ensino.
Reivindicações e mobilização unificada
Durante a assembleia, a categoria debateu e aprovou a pauta de reivindicações, que inclui dentre outros itens:
- Recomposição salarial imediata;
- Nomeação de professores para suprir o déficit na educação infantil;
- Redução do número de estudantes por turma;
- Valorização da carreira do conjunto dos trabalhadores em educação;
- Atendimento adequado para crianças com deficiência;
- Ampliação do tempo de planejamento dos trabalhadores em educação;
- Garantia da Paridade e da manutenção do valor real do salário dos aposentados.
A assembleia ocorreu paralelamente à reunião dos demais servidores municipais, organizada pelo Sindibel. Após as assembleias, as categorias unificaram a mobilização para pressionar a Prefeitura a abrir as negociações imediatamente.
Ato público e próximos passos
Os trabalhadores saíram em passeata pelo Centro da cidade, em direção à Prefeitura, exigindo do governo municipal uma resposta rápida às reivindicações. Cerca de 2 mil trabalhadores participaram da manifestação.
O movimento estabeleceu o mês de abril como prazo para que a Prefeitura apresente um índice de recomposição salarial. Caso não haja avanços, há a possibilidade de deflagração de uma greve dos servidores públicos da educação municipal.
Os trabalhadores em educação também votaram pela realização de uma nova assembleia, com indicativo de greve, no dia 15 de abril. Durante o ato, os servidores deram o recado para o prefeito em exercício Álvaro Damião, caso não haja negociação, as próximas manifestações serão ainda maiores e mais fortes.