É falso que trabalhadores do grupo de risco não são convocados ao trabalho presencial nas escolas

Trabalhadores terceirizados do grupo de risco estão em trabalho presencial desde o ano passado

Trabalhadores terceirizados da MGS que atuam nas Escolas permanecem em trabalho presencial, independente de pertencer ao grupo de risco.

É falsa a afirmação da Prefeitura, noticiada pela Globo no MG1 de ontem (21/04) e no Bom Dia Minas de hoje (22/04), de que trabalhadores do grupo de risco não são convocados ao trabalho presencial nas escolas.

A afirmação da prefeitura desconsidera segmentos importantes dos profissionais da educação, como os trabalhadores terceirizados contratados pela MGS e pelas Caixas Escolares que permanecem em trabalho presencial independente de pertencer ao grupo de risco ou não.

A MGS convocou os porteiros, vigias, artífices, mecanógrafos e trabalhadores da limpeza das Escolas Municipais ao trabalho presencial em 2020, sem observar quais trabalhadores pertenciam ao grupo de risco. Isso gerou um aumento do número de infectados na categoria e deixou ao menos três vítimas fatais, como o vigia Adão Nogueira falecido no final de janeiro, o porteiro Diolino Rodrigues de Souza em fevereiro e o também porteiro Ailton Arruda no fim do mês de março.

No dia 22 de fevereiro de 2021, foram convocados mais trabalhadores da limpeza ao trabalho presencial. Junto com a convocação, o Sind-REDE/BH recebeu a denúncia de que MGS e Prefeitura não forneceram equipamentos de proteção individual (EPIs) em quantidade e qualidade adequadas ao trabalho exercido. Alguns trabalhadores afirmaram que só recebera duas máscaras e um par de luvas no primeiro dia de trabalho. Os trabalhadores do grupo de risco também não foram liberados.

A Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD) sobre a Covid-19, do IBGE aponta que os trabalhadores da limpeza representam 69% das pessoas que chegaram a ser internadas por ao menos um dia em decorrência da contaminação pelo novo coronavírus e 66% dos casos graves, que necessitaram de sedação, intubação ou respiração artificial.

Vale ressaltar que estes trabalhadores permaneceram em trabalho presencial mesmo quando foram estabelecidas restrições mais duras de circulação pela PBH e a Onda Roxa do governo do estado.