Audiência pública sobre casos de violência nas escolas da Rede marca o mês dos professores

Na audiência o Sind-REDE denunciou problemas educacionais omitidos pela SMED, cobrou ações efetivas contra a violência enfrentada pelos professores e todos os trabalhadores das escolas.

Sind-REDE/BH participou da audiência pública chamada pela Comissão de Direitos Humanos, Habitação, Igualdade Racial e Defesa do Consumidor, que teve por objetivo discutir os recentes casos de violência contra os trabalhadores da educação.

A audiência aconteceu na manhã do dia 17/10, tendo principalmente a participação de profissionais das escolas que passaram por episódios violentos que vão desde do desacato ao servidor, racismo, homofobia, machismo, ameaças com uso de armas de fogo, agressões verbais, físicas até a violência institucional.

Foi importante quando os profissionais das escolas como a EMEI Sagrada Família, E.M. Lídia Angélica, E.M. Modesta Cravo, E.M. Wladimir Paulo Gomes, E.M. Israel Pinheiro, EMEI Capivari e representantes de pais, mães e responsáveis pelos estudantes, representantes da Guarda Municipal e a Diretoria do Sind-REDE/BH tiveram suas falas indicando os problemas, apresentando alguns caminhos e, em conjunto, cobrando da SMED/BH e do Prefeito Fuad ações que possam ajudar os profissionais vítimas de violência que estão sofrendo nas escolas, os que foram transferidos ou que estão afastados.

Durante toda a audiência ficou claro como a violência tem sido parte do cotidiano das escolas, agravado pelos impactos negativos do pós-pandemia que afeta a saúde mental de estudantes e trabalhadores, por meio do incentivo de ideias extremistas que tem colocado os professores como sujeitos a serem perseguidos por parte de um segmento da comunidade escolar adeptos das ideias presentes em projetos como a Escola sem partido cujo objetivo principal é fiscalizar e violentar os professores.

Somado a estes fatores, a Rede ainda conta com a falta de políticas que garantam condições para a execução do trabalho docente nas escolas promovido com a efetivação dos tempos coletivos visando a construção de projetos que dialoguem com a realidade da comunidade escolar e fortaleçam o princípio da gestão democrática. A ausência de uma política preventiva no combate a violência, bem como a não realização de concursos públicos para a educação também contribuem para o aumento da violência nas escolas pois geram a precarização dos trabalhadores.

Para as professoras, vereadoras e vereadores presentes, é preciso construir uma política que possa acolher o trabalhador que sofreu violência dentro das escolas (saúde física e mental). A diretoria do Sind-REDE/BH cobrou a urgência de se implementar uma equipe integrada com a saúde para acompanhar os trabalhadores que sofreram violência nas escolas, tendo os valores custeados pelo Município.

Diana de Cássia Silva, representando o sindicato, também lembrou ser preciso que a Câmara Municipal possa dar prosseguimento ao processo de cassação do vereador Wilsinho da Tabu, cobrou novamente um posicionamento público da secretária Roberta Rodrigues Martins Vieira sobre a violência praticada por este vereador na EMEI Sagrada Família e a urgência de se ter respostas dos ofícios enviados pelo Sind-REDE/BH para a SMED/BH cobrando reunião com toda a equipe responsável pelo clima escolar para ter informações sobre as tratativas dadas aos casos de violência que eles tem acompanhado.

Por fim, o Sind-REDE/BH entende que é preciso estudar as legislações já existentes na cidade sobre o combate à violência na escola, ao bullying e a valorização docente e aos demais trabalhadores da educação com o objetivo de que elas sejam colocadas em prática e subsidiem as ações a serem construídas visando a efetivação de uma cultura de paz.