Assembleia Geral decide pela continuidade da greve diante da ausência de avanços na proposta salarial da PBH

Categoria cobra negociação para valorização salarial e denuncia campanha de desinformação promovida pelo prefeito Álvaro Damião.

Os trabalhadores em educação concursados da Rede Municipal de Belo Horizonte decidiram, em Assembleia Geral realizada nesta quarta-feira (11/06) na Praça da Estação, pela continuidade da greve. A decisão por ampla maioria reflete a ausência de avanços reais por parte da Prefeitura na negociação salarial e do tratamento desrespeitoso do governo Álvaro Damião (União Brasil) com a categoria. A próxima assembleia acontece no dia 17/06, às 14h.

Apesar da força da paralisação, com mais de 85% de adesão, a Prefeitura de Belo Horizonte sequer se dignou a agendar uma reunião de negociação com o Sind-REDE/BH. Em vez disso, enviou um ofício com um acréscimo à proposta anterior, mantendo o reajuste irrisório de 2,49% — valor muito abaixo da inflação e do reajuste do Piso Nacional do Magistério. A única “novidade” foi a promessa de extensão do ticket alimentação para os trabalhadores com jornada inferior a 40 horas semanais, que corresponde à maior parte dos professores da Rede. No entanto, o benefício será pago de forma proporcional à carga horária.

Para a categoria em greve, esse tipo de medida não substitui a luta por reajuste salarial. “O ticket não são incorporados à aposentadoria e podem ser retirados a qualquer momento. O que estamos reivindicando é valorização real da nossa carreira, com um índice de reajuste digno”, afirmou uma das representantes do Sindicato durante a assembleia.

Além da falta de diálogo, os trabalhadores manifestaram forte repúdio à recente ofensiva midiática da Prefeitura. Em uma tentativa de desmoralizar a greve, o governo Álvaro Damião publicou matérias no site institucional da PBH e enviou releases à imprensa com distorções sobre a remuneração dos profissionais da educação. A principal alegação do prefeito é que nenhum servidor da educação recebe menos que o Piso Nacional do Magistério — o que, na prática, representa apenas o cumprimento da legislação vigente, e não qualquer tipo de valorização.

Outro ponto usado de forma enganosa pela gestão municipal foi a divulgação de que a “média salarial” da Rede é de R$ 13 mil. Para chegar a esse número, a Prefeitura considera casos excepcionais: professores com dois cargos, mestrado, doutorado e várias gratificações incorporadas e bastante avançados na carreira.

Ato Público

Logo após a assembleia os trabalhadores em educação marcharam da Praça da Estação em direção à Praça 7. Confira o vídeo com alguns momentos do ato.

Calendário de Greve

🔴 12/06 (quinta)

  • 8h: Regionais de Greve
  • 14h, no Auditório JK da PBH: 2° Seminário Estadual sobre a PEC 66/23 (Av. Afonso Pena, 1.212 – Centro)

🔴 13/06 (sexta)

  • 8h: Regionais de Greve
  • 17h, na Praça do México no Concórdia: Sextou com a Festa da Diversidade (Capoeira, Congado, Samba)

🔴 14/06 (sábado)

  • Panfletagem nas Comunidades
  • Panfletagem no Show do Gilberto Gil (Mineirão)

🔴 15/06 (domingo)

  • Panfletagem nas Comunidades

🔴 16/06 (segunda-feira)

  • 10h, portaria da CMBH: Aulão sobre Diversidade Cultural/Religiosa e Estado Laico (Av. dos Andradas, 3.100, Santa Efigênia)
  • 14h: Regionais de Greve
  • 18h: Reunião do Comando de Greve no Sind-REDE/BH.

🔴 17/06 (ter)

  • 14h, na Praça da Estação: Assembleia de Greve dos Trabalhadores Concursados
  • Após a Assembleia: Ato “Quadrilha das Quadrilhas da Educação”.