Quando a Lei do Piso Nacional do Magistério foi instituída, ainda em 2008, com o valor de R$ 950, o salário de ingresso (com nível superior) do Professor da Rede Municipal era de R$ 1.308,86, o que representava 137,77% do valor estabelecido pela Lei. Porém, com o passar dos anos, os trabalhadores da Rede acumularam perdas, com reajustes sempre inferiores ao do Piso Nacional. Em 2016, o piso nacional alcançava o valor de R$ 2.135,64, praticamente se igualando ao salário de ingresso da Rede (nível 10), que era de R$ 2.144,53.
Mas a coisa piorou drasticamente a partir de 2017, já no governo de Alexandre Kalil (PSD). Foi nesse ano que o Piso Nacional superou o salário de ingresso da Rede Municipal. Nos anos seguintes, Kalil e seu seu sucessor Fuad Noman aplicaram uma firme política de austeridade no que diz respeito aos reajustes salariais dos servidores da educação.
Uma tática de disciplina orçamentária que administra a Prefeitura de Belo Horizonte como se fosse uma empresa, atuando com o objetivo de obter lucros e não para oferecer o melhor serviço à população. A Gestão Kalil/Fuad tem garantido superávits orçamentários ano após ano e se utiliza dos achatamentos salariais dos professores para isso.
Enquanto o reajuste acumulado do Piso Nacional do Magistério foi de 365,32% desde a sua implementação, o salário de ingresso dos trabalhadores em Educação foi de apenas 146,68%. Em números absolutos, o piso nacional foi de R$ 950 em 2008 para R$ 4.420,55, em 2023. Enquanto o salário de ingresso da Rede Municipal foi de R$ 1308,89 para R$3.228,66, no mesmo período. Isso significa que o salário de ingresso corresponde a apenas 73,04% do valor do Piso Nacional do Magistério.