Terceirizados realizam vigília na CMBH durante Audiência Pública sobre demissões

MGS já desligou mais de 100 trabalhadores das Escolas. Prefeitura alega que não foi informada das demissões

Os trabalhadores terceirizados em Escolas Públicas Municipais de Belo Horizonte se reuniram nesta quarta-feira (02/06), às 9h, em um ato simbólico em frente à Câmara Municipal de BH para acompanhar uma Audiência Pública sobre o segmento que tem sofrido diversos ataques por parte da MGS e a negligencia do poder público.

Os trabalhadores denunciam que mais de 100 terceirizados das Escolas de Belo Horizonte foram demitidos pela MGS no mês de abril e que, segundo a própria empresa, todos os trabalhadores que não passaram no processo seletivo de 2019 serão desligados até o final deste ano. A MGS agendou um novo processo seletivo para julho, mesmo com a previsão de uma terceira onda de Covid-19 neste mesmo período, intensificada com a chegada da cepa originária da Índia.

O Sind-REDE defende que as demissões sejam paralisadas imediatamente. Segundo levantamento da entidade, caso a política da MGS seja implementada, mais de 4 mil trabalhadores serão demitidos. A maioria destas pessoas trabalham há muitos anos nas escolas municipais e têm baixa empregabilidade. A entidade ainda ressalta que o Ministério Público do Trabalho permitiu que os contratos sejam mantidos até 2023.

Após a Audiência Pública, a Secretaria Municipal de Educação e a MGS garantiram que não ocorrerão demissões em massa esse ano, além de se comprometerem em resolver a questão da substituição dos contratos. O Sind-REDE solicitou à MGS o número exato de terceirizados que estão trabalhando, e não foram aprovados no processo seletivo, pois em posse desses dados pode ser feito um planejamento visando a garantia dos empregos, pelo maior tempo possível.

O Sind-REDE também propõe que o Ministério Público se reúna com as partes envolvidas para garantir o que foi discutido na manhã de hoje. Outro ponto que o Sind-REDE propõe é que a MGS esclareça melhor os requisitos que estão sendo exigidos nos processos seletivos.

Além das demissões, a Audiência Pública também abordou outros pontos sensíveis aos trabalhadores terceirizados da Rede Municipal, como a segurança sanitária. O Sind-REDE tem recebido diversas denúncias de que a MGS não tem fornecido EPIs adequados ao protocolo estabelecido pelo poder público para os funcionários que foram convocados ao trabalho presencial. O Sindicato alerta que a maior parte das contaminações e mortes ocorridas na Rede Municipal são de trabalhadores terceirizados e que a Prefeitura precisa fiscalizar as empresas prestadoras de serviço para que os protocolos sejam cumpridos de forma eficiente.