Durante as plenárias de representantes dos trabalhadores em Educação Concursados, a diretoria colegiada do Sind-REDE/BH recebeu muitos pedidos de esclarecimentos sobre as mudanças que estão sendo implementadas nas escolas de Belo Horizonte via Sistema de Gestão Escolar (SGE). Com o objetivo de obter esclarecimentos, o Sindicato chegou a estruturar uma reunião com os responsáveis pelo quadro no início de setembro, quando Charles Diniz era secretário. Logo após sua saída, e com a não resposta, a Diretoria do Sindicato enviou um ofício para a SMED/BH, formalizando o pedido de uma reunião com os setores responsáveis pelas mudanças no SGE e os possíveis impactos na vida funcional dos trabalhadores.
A SMED/BH respondeu o ofício no dia 25/09/2023, dizendo da importância desses estudos para a nova organização escolar. Segundo o texto do ofício, neste ano de 2023 “[…] foi solicitado às direções escolares o registo no SGE, dos horários de trabalho de seus servidores, com especificação do turno de trabalho, duração das horas, períodos de intervalo e datas de início e fim das extensões das jornadas. As informações registradas terão impacto nos seguintes processos: validação e pagamentos extensões de jornadas, cálculos de benefícios e vantagens, pagamento do vale-transporte e do vale-refeição, caso seja adotado este sistema, pois ainda se encontra em fase de estudos”. Informou ainda que a reunião com o Sindicato ocorrerá depois que as informações junto às direções forem recolhidas, para se ter condições de esclarecer as mudanças e os possíveis efeitos na organização dos trabalhadores.
O Sind-REDE/BH como entidade que representa os trabalhadores, entende que as políticas criadas para a organização da vida funcional dos trabalhadores é algo que deve ser feito pela Prefeitura, todavia, acredita ser preciso informar aos trabalhadores os reais objetivos das mudanças, na medida em que as pessoas que estão preenchendo as planilhas não são robôs, elas criam conjecturas sobre as possibilidade dos usos que se pode fazer de tais informações. É preciso dizer que a dinâmica da escola não se faz por meio de um sistema frio, a escola é feita de pessoas que precisam ter esclarecimentos sobre os trabalhos que realizam.
O Sind-REDE/BH tem assistido como as políticas da PBH, ao fazer uso das tecnologias, vem precarizando, sobrecarregando e adoecendo os trabalhadores em educação que atuam nas salas de aula, bibliotecas, secretarias e nas direções. Por isso, espera que tal pesquisa não seja mais uma mudança que em nada contribui para a valorização dos trabalhadores, nem para a melhoria do clima escolar ou das relações interpessoais no dia a dia das escolas.
Em um contexto em que a violência tem sido cada vez mais presente nas escolas da Rede Municipal, que os afastamentos devido a doenças de ordem mental cresce absurdamente em todo o Brasil e, especificamente aqui em BH, o número de professores afastados e em readaptação também tem crescido, é preciso ligar o alerta e possibilitar o diálogo com quem está na ponta.
Os trabalhadores, em audiência pública, já deixaram claro o processo de precarização e de violência que vem sofrendo por parte da própria Prefeitura, quando não se tem concurso público, mas há expansão das vagas para os estudantes. A tecnologia, o sistema, não substituem as pessoas e as pessoas precisam ser acolhidas e cuidadas para garantir uma educação de qualidade para os filhos da classe trabalhadora desta cidade. Aguardamos a data da reunião para discutir o assunto.