Trabalhadores em Educação da rede municipal de Belo Horizonte estão enfrentando uma crise de recursos básicos, que afeta diretamente a qualidade da educação oferecida aos alunos. O Sind-REDE/BH tem recebido denúncias de que a Secretaria Municipal de Educação (SMED) do governo Fuad Noman (PSD) tem limitado o número de xerox e impressões disponíveis para as atividades escolares.
A situação tem gerado insatisfação, principalmente entre os professores, que precisam encontrar alternativas menos eficazes para suprir a demanda por material de apoio, para a realização de provas e atividades, além da impressão de bilhetes para a comunicação com as famílias.
Segundo relatos de representantes da categoria na última plenária, realizada na última quinta-feira (16/05), o número de cópias disponíveis tem isso inferior a duas cópias por estudante em cada mês, o que é completamente insuficiente para as atividades pedagógicas. Para o Sind-REDE/BH, é um absurdo que, em pleno 2024, as escolas da Rede Municipal estejam racionando o uso de xerox, pois isso compromete a preparação e a qualidade das aulas.
Na Escola Municipal José Maria dos Mares Guia, na região norte de Belo Horizonte, os os professores também têm se queixado da falta de livros didáticos e que a redução do xerox está inviabilizando a realização das atividades do livro do primeiro ciclo, pois as cópias são insuficiente para todos os alunos.
Além da restrição do xerox, a qualidade dos insumos fornecidos pela PBH tem sido motivo de reclamação. Os pincéis para lousa, por exemplo, são de tão baixa qualidade que se desgastam rapidamente, dificultando o trabalho diário dos educadores. São pincéis que falham com frequência e se desgastam com poucas horas de uso, o que afeta diretamente a dinâmica da sala de aula e o processo de ensino-aprendizagem. Outra reclamação frequente é a qualidade das colas brancas, que são aguadas e de péssima qualidade.
Essa realidade contrasta fortemente com a propaganda oficial da prefeitura, que recentemente divulgou, em tom de propaganda eleitoral, o anuário da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), em que mostra que BH foi a terceira cidade do país que mais teve despesas com a educação em 2022. A discrepância entre o discurso oficial e as condições reais das escolas levanta questões sobre a aplicação dos recursos.
O Sind-REDE/BH questiona: se a educação é uma prioridade e os investimentos são tão significativos, por que faltam recursos básicos nas escolas? Para onde está indo o dinheiro destinado à educação? Para o Sindicato, valorizar a educação não pode ser apenas uma questão de propaganda. É preciso garantir condições de trabalho adequadas para os trabalhadores e uma estrutura de qualidade para os alunos.
Enquanto, restringe o número de xerox e impressões aos professores e fornece materiais de baixa qualidade para o trabalho docente, as compras centralizadas pela Smed geram excedente de alguns materiais e um desperdício imenso de recursos, que não garantem um mínimo de qualidade e de atendimento de necessidades específicas de cada unidade escolar.
A diretoria colegiada do Sind-REDE/BH abordará o tema na próxima reunião com a SMED e espera que providências sejam tomadas e a situação seja resolvida.