A relação entre o Sind-REDE/BH e a Secretaria Municipal de Educação (Smed) enfrenta uma fase crítica. Desde a nomeação de Bruno Barral (União Brasil) como novo secretário de educação, o diálogo tem sido inexistente e as reuniões, extremamente improdutivas, com diversas pautas importantes sem solução.
Nos últimos meses, as reuniões entre o Sind-REDE/BH e a Smed se tornaram apenas protocolares, com duração fixa de uma hora, independentemente de a pauta ter sido completamente discutida ou não. “A impressão que passa é que são reuniões simplesmente protocolares, com a duração fixa de uma hora e mesmo se a pauta não tiver sido vencida, a reunião é encerrada, deixando vários pontos em aberto e atropelando parte das discussões que deveriam ser encaminhadas”, criticam os membros da diretoria colegiada do Sind-REDE/BH. Essa postura da Smed demonstra uma clara falta de comprometimento com os trabalhadores em educação.
A situação piora com a ausência do novo secretário de educação Bruno Barral (União Brasil) nas reuniões. Nesses 3 meses de gestão, o secretário só apareceu uma vez, na penúltima reunião. Contudo, sua presença serviu apenas para interromper a sessão em curso, mostrando desagrado com o que estava sendo discutido e sendo grosseiro com os trabalhadores presentes. A interrupção só serviu para tomar parte do tempo já escasso da reunião, o que reforça a falta de disposição da gestão em ouvir as demandas da categoria.
Enquanto isso, Bruno Barral parece mais interessado em “turistar” pelas regionais, sob a desculpa de querer conhecer a educação na cidade, o secretário tem visitado diversas escolas e postado em suas redes sociais. Ao que parece, o objetivo de Barral é enriquecer o seu capital político, pois tem um prazo de validade curto no “comando” da SMED, que hoje navega como um barco à deriva. Se quisesse conhecer de fato a realidade das escolas, o secretário deveria receber o Sindicato para entender as demandas dos trabalhadores.
A constante mudança na liderança da Smed é outro fator que agrava a crise. Bruno Barral foi nomeado secretário de educação pelo prefeito Fuad Noman (PSD) no dia 16 de abril, a menos de seis meses da eleição municipal que ocorre em outubro. Ele é o quarto secretário de educação do governo Fuad, substituindo Roberta Rodrigues, que permaneceu apenas oito meses no cargo. Antes dela, Charles Martins pediu exoneração após quatro meses, antes dele o cargo era ocupado por Angela Dalben, herdada da gestão de Alexandre Kalil. Além dos quatro, a subsecretária de Planejamento, Gestão e Finanças, Fernanda Neves, também chegou a assumiu o cargo de forma interina por um período.
A falta de diálogo com o Sindicato tem sido uma característica constante em todas essas gestões, refletindo uma gestão fragmentada e sem uma linha de comunicação eficaz com os trabalhadores.
Quem é Bruno Barral
Bruno Barral, engenheiro de formação, assumiu o cargo como parte dos acordos para que o União Brasil apoiasse a reeleição de Fuad Noman à Prefeitura. Ele já foi secretário municipal de educação em Salvador, na gestão de ACM Neto (União Brasil), onde também se envolveu em polêmicas com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB-Sindicato). Na ocasião, Barral acusou os professores baianos de pouca qualificação e afirmou que os melhores alunos das universidades não querem ser professores, causando revolta nas redes sociais e pedidos de respeito por parte dos professores.
A postura de Bruno Barral em Belo Horizonte é a de evitar expor a verdadeira realidade do caos da atual gestão. Isso só agrava a situação já crítica da educação municipal e deixa nítido a necessidade de se ter uma gestão mais comprometida e aberta ao diálogo com o Sindicato e os trabalhadores.