Depredação de maternidade Leonina Leonor causa indignação em movimentos sociais

Em resposta, cerca de 30 mulheres ocuparam o prédio e exige esclarecimentos da Prefeitura

O Movimento Leonina Leonor é Nossa denuncia que trabalhadores contratados pela PBH participaram da retirada das banheiras de parto humanizado. Foto: Brasil de Fato

A maternidade Leonina Leonor Ribeiro, localizada na região de Venda Nova, sofreu um grande ataque esta semana. A depredação das unidades de atendimento, com a retirada das banheiras das salas de parto humanizado. O mais estarrecedor é que, segundo moradores da região, a depredação aconteceu por parte do próprio poder público, que estranharam a constante retirada de entulhos do hospital.

A maternidade, que está pronta há mais de 10 anos, permanece de portas fechadas para a sua principal função, a realização de partos humanizados. Mas sem inauguração prevista, o hospital tem sido utilizado emergencialmente para atendimento de pacientes de outras doenças em momentos de grande demanda, como é o caso da Pandemia de Covid-19. Em outros momentos o mesmo aconteceu em surtos de dengue.

Em resposta a denúncia dos moradores, ativistas do Movimento Leonina Leonor é Nossa, conselheiros municipais de saúde, vereadoras e outros movimentos feministas ocuparam o hospital na tarde de ontem (28/01) para pressionar a prefeitura a prestar esclarecimentos sobre a ação.

Os trabalhadores contratados pela Prefeitura alegaram que a retirada das banheiras faz parte do projeto de reforma que planeja transformar a maternidade em um Centro de Saúde para a região, mas segundos os representantes do movimento, nem o Conselho Municipal de Saúde (CMS-BH) foi avisado sobre o desmonte, o que torna a ação da Prefeitura ilegal. A abertura da maternidade foi aprovada no Plano Municipal de Saúde 2018/2021.

A maternidade custou R$ 4,9 milhões aos cofres públicos e conseguiria atender a demanda de 500 partos humanizados por mês, o que ajudaria a aliviar a grande demanda da região.

Movimento pede por apoio

Há quase 24h que o movimento está ocupando o prédio, que não tem ligações de energia elétrica e água. As mulheres, que corajosamente se colocaram contra a continuidade do desmonte do hospital são, em sua maioria, senhoras que precisam ir em casa tomar banho, comer e se reestabelecer pra voltar. Por isso, o movimento pede por apoio e revezamento.

Elas solicitam que qualquer pessoa que tiver disponibilidade de ir a ocupação imediatamente o faça, não importando quanto tempo puder ficar. O movimento não é restrito a mulheres e a presença e apoio dos homens também é fundamental. Afinal, o parto humanizado e defesa do SUS é bandeira de todos. Quem não puder apoiar presencialmente, pode ajudar divulgando a denúncia em suas redes sociais. A maternidade está localizada na UPA Venda Nova (R. Padre Pedro Pinto, 175 – São Tomaz, Belo Horizonte).