Sind-REDE/BH debate saúde mental dos trabalhadores da educação em roda de conversa

Evento reforça a importância do autocuidado e cobra políticas públicas para prevenir o adoecimento mental nas escolas.

O cuidado com a saúde mental foi o tema da 1ª roda de conversa promovida pelo Sind-REDE/BH, em parceria com o Projeto Tear, no dia 09 de dezembro. O encontro trouxe à tona um assunto sensível e urgente: o impacto do adoecimento mental nos profissionais da educação, evidenciado nos relatórios da Prefeitura de Belo Horizonte como uma das principais causas de afastamento desses trabalhadores.

Apesar da relevância do tema, o Sindicato destacou a dificuldade em obter dados sobre os trabalhadores terceirizados da MGS e das Caixas Escolares, um pedido que foi reforçado na última audiência pública na Câmara Municipal de BH. Durante o evento, os participantes apontaram os desafios diários, como a precarização das condições de trabalho, baixos salários, pressões burocráticas e a falta de diálogo, fatores que contribuem para o agravamento do sofrimento mental.

Os psicólogos do projeto Tear e o arte-terapeuta presentes alertaram sobre a sobrecarga emocional do trabalho nas escolas, que exige cuidado constante com os outros, mas raramente oferece suporte para os próprios profissionais. Eles enfatizaram a necessidade de criar uma cultura de autocuidado entre os trabalhadores, com hábitos saudáveis e acesso a terapias. A escassez do atendimento via SUS ou o alto custo de planos como a Unimed foram apontados como barreiras significativas ao tratamento.

A roda de conversa foi vista pelos participantes como um passo importante na luta pela saúde mental, tanto como denúncia das condições de trabalho quanto como estímulo à construção de pautas que cobrem da Prefeitura políticas de cuidado com os trabalhadores concursados e terceirizados. O evento também destacou a urgência de romper o tabu sobre saúde mental na educação e na sociedade.

Para 2025, o desejo dos trabalhadores é que novas rodas de conversa aconteçam e que a temática seja reconhecida como essencial na luta pelos direitos à saúde mental e ao bem-estar dos profissionais da educação.