Cerca de 2 mil servidores da Rede Municipal de Ensino se reuniram nesse dia 15 de maio na Praça da Estação, para decidir sobre os próximos passos da Campanha Salarial e da luta contra a reforma da Previdência.
A assembleia foi marcada no dia da Greve Nacional da Educação, convocada pela CNTE, e ganhou um peso ainda maior após os cortes anunciados pelo Governo Bolsonaro para a Educação, principalmente o corte de 30% nas universidades.
Assembleia geral do Sind-REDE
A assembleia teve início às 8h30 da manhã e foi observada de perto por demais categorias em luta que paticipavam das mobilizações da Greve Nacional da Educação. A principal proposta em votação foi sobre a início imediato da greve (ainda no dia 15 de Maio), o indicativo para o dia 03 de Junho ou a realização de 3 dias de paralisação nos dias 12, 13 e 14 de junho, junto à greve geral, convocada pelas centrais.
A diretora Luana Grammont, apresentou a avaliação da diretoria. A sindicalista afirmou que a Greve Nacional da Educação já é uma tradição para os trabalhadores do ensino básico e fundamental, mas esse ano ela ganhou proporções ainda maiores, pois foi abraçada por todos os setores. “Estudantes universitários e secundaristas, trabalhadores em educação da rede privada, das universidades e do ensino médio, estão junto com a gente, porque a conjuntura tem exigido essa unidade”, afirmou. Luana defendeu a necessidade de aproveitar esse momento para deflagrar a greve imediatamente.
Concordando parcialmente com a avaliação anterior, a diretora Diana Cássia complementou que o Governo Federal tem encarado a Educação como gasto e não como investimento. E tem iniciado uma verdadeira perseguição a professores e matérias específicas, principalmente aquelas que promovem um pensamento crítico. “Não é a toa que Bolsonaro seleciona ministros ligados a iniciativa privada, porque esse é seu plano para Educação”. Diana também lembrou que nas esfera estadual e municipal a coisa não é diferente, por isso, motivos para entrar em greve não faltam. Mas, ponderou: “Por entender que é preciso construir a mobilização junto com a categoria, agregando as pautas específicas e gerais, seguindo o calendário das demais categorias na mobilização pela greve geral, defendemos que a greve se inicie a partir do dia 3 de junho”.
Alguns servidores ponderaram que, apesar de não faltarem motivos para o início imediato da greve, é preciso avaliar a organização interna dentro das escolas para que movimento paredista tenha força para levar a frente as reivindicações. “Essa deve ser uma decisão consciente de pessoas maduras. Por isso defendo a paralisação por 3 dias, unificado à greve geral e um calendário de lutas”, e acrescentou que a melhor forma de enfrentar o os ataques de Kalil, é unifica-los com a disposição da categoria em participar das lutas nacionais contra a Reforma da Previdência e os cortes de verbas.
Também foi lembrado que os cortes não se resumem ao Governo Federal. “Não foi só Bolsonaro que cortou verba da educação. Kalil já havia cortado 20% da educação Municipal”, disse um dos servidores. “Começamos o ano com as escolas falando que não há verba para nada, nem pra comprar materiais de limpeza. A prefeitura usa o atraso de repasse de verbas do Fundeb, por parte do Governo do Estado, como justificativa para os cortes, mas nós sabemos que não é verdade”, complementou.
Após apresentadas as defesas de cada proposta e as considerações do plenário, a assembleia decidiu, em votação apertada, pela paralisação de 3 dias nos dias 12, 13 e 14 de junho e o seguinte calendário de lutas:
- Participação das atividades gerais do movimento
- 18/05 Participação da Plenária Nacional Sindical e Popular
- 25/05 e 26/05 – panfletagem nas comunidades sobre o descaso com a educação
- 30/05- 13h30 Audiência pública educação infantil – paralisação do setor
- 03/06 – Audiência pública sobre segurança no trabalho dos trabalhadores em educação (participação por representação)
- 08/09 – Panfletagens nas comunidades sobre a Greve Geral
- 12, 13 e 14/06 – Paralisação total
- 12/06 atividade de agitação e convocação da Greve Geral
- 13/06- Ato na perícia médica e porta da PBH
- 14/06 – GREVE GERAL
Reunião Pedagógica com Oficineiros
O ponto seguinte a ser votado foi sobre a implementação das reuniões pedagógicas com os oficineiros. Após amplo debate, a assembleia definiram pela manutenção da reivindicação de reuniões pedagógicas com oficineiros. Também foi votado o novo texto seria enviado para a Prefeitura.
Homenagem
Ao final, antes de se juntar a manifestação, a diretora Vanessa Portugal fez uma homenagem à ex-diretora do sindicato Ana Maria, falecida essa semana. “Lembraremos sempre dos que lutaram ao nosso lado. Ana Maria: Presente!”, bradou a sindicalista que foi acompanhada por todos os presentes.
Manifestação
Reunindo cerca de 200 mil pessoas, essa foi a maior manifestação desde junho de 2013. Entre as pautas levantadas pelo movimento estava a luta contra a reforma da Previdência e contra os cortes da Educação. O grito pelo Fora Bolsonaro também esteve presente por todo o ato.
O Sind-REDE realizou uma intervenção com o tema “essa reforma é a morte do trabalhador”, onde os trabalhadores da rede usaram cordas no pescoço e máscaras de caveira. Ao chegar na praça 7, os trabalhadores retiraram as cordas e as máscaras e colocaram sobre os bonecos de Bolsonaro, Paulo Guedes e dos deputados mineiros que votaram a favor da reforma da Previdência na Comissão de Constituição de Justiça e Cidadania da Câmara.
Confira as fotos e vídeos com a intervenção do Sind-REDE: