Trabalhadores da Educação Infantil precisam furar “bolhas” no atendimento presencial

Prefeitura descumpre protocolos na Rede Municipal. Um professor atende até 3 bolhas, porteiros e profissionais de apoio têm contato com diversos estudantes.

Um dos itens mais divulgados pela Prefeitura sobre os protocolos de retorno das atividades presenciais nas escolas foi o funcionamento das turmas através de “bolhas” ou “células”. O termo bolha tem sido utilizado para designar um agrupamento reduzido e fechado de pessoas que vão manter contato entre si, mas que não podem se misturar com outras que não pertencem àquele agrupamento.

No entanto, nas orientações dadas as Escolas públicas municipais, a regra das bolhas valem apenas para os alunos, não se estendendo para os trabalhadores em educação. As orientações indicam que professores, auxiliares de apoio ao educando e porteiros, devem atender diversas turmas, portanto irão furar as bolhas.

O protocolo prevê que cada professora pode atender até 3 bolhas distintas por semana em cada escola, isso sem contar aquelas que trabalham no contra turno em escolas da rede privada; no caso do auxiliar de apoio ao educando não há nenhuma limitação do número de bolhas atendidas, podendo atender diversas bolhas no mesmo turno; já o porteiro terá contato com todas as crianças. Tudo isso é agravado por equipamentos de segurança individual pouco eficazes.

Este entendimento pode ser observado em dois documentos:

  1. No detalhamento dos protocolos: Retorno ao Atendimento Presencial na Educação Infantil das Redes Municipais e Parceiras de Belo Horizonte, no item panorama dos serviços gerais, item 1.1 serviço de portaria e 1.4 serviço do/a auxiliar de apoio ao educando.
  2. No documento Retorno ao atendimento Presencial na Educação Infantil – Escolas Municipais de Belo Horizonte. Itens 8, 11 e 12.