Uma manifestação de professores aposentados da rede municipal de Belo Horizonte aconteceu na porta da prefeitura nesta terça-feira (17). A categoria alega que levou uma “rasteira” em acordo salarial, visto que o reajuste aplicado aos profissionais da ativa não será aplicado para eles.
A diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede/BH), Sandra Coelho, fala mais sobre o ato no Executivo municipal. “Manifestamos pelo cumprimento da lei que garante a paridade. Exigimos que [Fuad] Noman modifique o projeto de lei que [Alexandre] Kalil deixou antes de sair da prefeitura e excluiu os aposentados do reajuste concedido aos profissionais da ativa”, disse.
O ato desta terça reuniu cerca de 50 pessoas, segundo os organizadores. No começo do mês, outra manifestação aconteceu com a presença de 500 aposentados. Faixas e cartazes foram levadas pelos manifestantes. “Kalil a culpa é sua. Fuad cumpra a lei”, “Eu sou aposentado, mas não sou invisível”, “Kalil saiu devendo”, eram alguns dos escritos.
Diálogo será buscado
Os professores aposentados pretendem dialogar com a administração municipal para modificar a proposição. “O projeto que prevê esta mudança acabou voltando para a prefeitura e, agora, queremos dialogar com o Executivo municipal para garantir o nosso direito que foi adquirido”, destacou.
Caso a paridade não seja respeitada, Sandra teme a desvalorização da profissão do magistério. “A prefeitura desestrutura a carreira de toda uma categoria, desvaloriza a profissão e desestimula a entrada de novos profissionais na carreira”.
Reajuste assegurado, diz PBH
A PBH informou que “o reajuste de 11,77% proposto aos servidores ativos (5% a partir de julho e 6,45% a partir de novembro, sobre a folha reajustada de julho) também está sendo assegurado aos aposentados com paridade, conforme projeto de lei encaminhado à Câmara”.
“O índice é praticamente o equivalente aos reajustes acumulados concedidos nos últimos 4 anos. Esclarecemos que a negociação salarial de 2022 já foi finalizada com as entidades sindicais que representam as categorias”, esclareceu em nota.
O Executivo municipal informou que “desde 2017, a prefeitura tem feito as negociações salariais com transparência, diálogo e rigor no atendimento das pautas, buscando equilíbrio entre os gastos públicos e os recursos existentes”. “Tudo o que foi negociado, foi cumprido integralmente. E, mesmo com os gastos extras ocasionados pela pandemia, os salários foram pagos sem parcelamentos e sem atrasos”, concluiu.
Matéria originalmente Publicada no jornal O TEMPO.
Por Vitor Fórneas, no dia 17 de maio de 2022