Nota de solidariedade aos trabalhadores da construção civil de Fortaleza

Trabalhadores entram na quarta semana de greve por reajuste real, melhores condições de trabalho e vale combustível

A Diretoria Colegiada do Sind-REDE/BH manifesta sua mais profunda e combativa solidariedade às trabalhadoras e aos trabalhadores da construção civil da Região Metropolitana de Fortaleza, organizados pelo STICCRMF, que hoje (04/06) completam 24 dias de greve em defesa de direitos fundamentais e por dignidade no trabalho.

A greve que entra em sua quarta semana é um poderoso exemplo de resistência da classe trabalhadora frente à ganância patronal. Em um setor que cresceu 25% em 2024 e alcançou a impressionante marca de R$ 8,5 bilhões em Valor Geral de Vendas, não é aceitável que os verdadeiros construtores dessa riqueza sigam enfrentando jornadas exaustivas, salários corroídos pela inflação, assédio e péssimas condições de trabalho.

A luta por reajuste com aumento real, melhores condições de trabalho, fim das horas extras obrigatórias, jornada reduzida e a conversão do vale-transporte em vale-combustível — especialmente diante da alta dos preços e da precariedade da mobilidade urbana — é absolutamente legítima. Da mesma forma, é revoltante que os patrões cortem o salário de quem está exercendo seu direito de greve e, ao invés de negociar com seriedade, recorram à criminalização do movimento e à tentativa de judicialização da pauta.

A direção do Sindicato já afirmou que está disposta a negociar e que a simples conversão do Vale-Transporte em Vale-combustível, o que não vai acarretar qualquer custo para a patronal, pois não está sendo exigido aumento dos valores, pode ser um ponto para destravar a mesa de negociação.

Reafirmamos que a greve não é o problema, mas a resposta à intransigência patronal. Como bem disse o companheiro Nestor Bezerra na assembleia que votou a continuidade da greve ontem (03/06), “a Praça do Peão vai tremer diante de mais um tsunami daqueles que transformaram Fortaleza na maior cidade do Nordeste”. A construção civil não se move sozinha: são as mãos dos peões que constroem os prédios, os bairros e os lucros das grandes empreiteiras.

Neste momento, também nos somamos ao chamado solidário por doações de cestas básicas e contribuições via Pix para apoiar os companheiros e companheiras que seguem firmes na greve mesmo diante da perseguição e da fome. As doações podem ser feitas para o CNPJ: 07.341.399/0001-13.

Do chão da escola ao chão da obra, seguimos juntas e juntos na luta contra a exploração, por direitos e justiça social!

TODO APOIO À GREVE DOS TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL DO CEARÁ!
NENHUM DIREITO A MENOS!
É TSUNAMI DE PEÃO!