Moção de apoio do Sind-REDE à greve dos petroleiros

Apesar das tentativas de criminalização a greve já supera duas semanas e é a maior desde 1995

No dia 01 de fevereiro, trabalhadoras e trabalhadores da Petrobrás de todo o Brasil deflagraram uma forte greve para pôr fim à ofensiva privatista do governo Bolsonaro. Trata-se da maior greve já realizada na indústria do petróleo brasileiro desde 1995. A Greve dos Petroleiros se inicia em um contexto de forte resistência dos trabalhadores das empresas estatais brasileiras, que sofrem com a ameaça de privatização, cortes de direitos e fortes ameaças de demissão em massa. Desde o início do ano, os trabalhadores da Casa da Moeda, DataPrev, Serpro e Correios já entraram em Greve.

No caso da Petrobras, o estopim para o início da greve foi a luta pela reversão das demissões de mais de mil trabalhadores, consequência do fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados Araucária, no Paraná (FAFEN-PR). A partir disso, a greve se nacionalizou e tem ganhado força dia após dia, com a adesão de mais de 21 mil trabalhadores, ultrapassando 18 dias de duração e atingindo 13 estados do país. São mais de 58 plataformas, 11 refinarias e 24 terminais afetados.
Com a nacionalização do movimento, os petroleiros também incorporaram em suas pautas a reversão de mudanças administrativas que alteraram o sistema de turnos e o pagamento de horas extras na empresa e o cumprimento de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que vem sendo descumpridos. A FNP aponta ainda entre as reivindicações o fim do Preço de Paridade de Importação (PPI), em vigor desde 2015, que gera o aumento abusivo do preço dos combustíveis (gás, diesel e gasolina) para o consumidor final, apesar da autossuficiência do país na produção e refino de petróleo.

Para dialogar com o povo brasileiro, em várias regiões do Brasil, os petroleiros têm organizado manifestações, passeatas e vendas de gás de cozinha com até 50% de desconto, para mostrar como o povo poderia ter acesso a este recurso essencial a um preço justo se não fosse pela política de autossabotagem da empresa imposta pelo governo.

Devido a força do movimento, o TST determinou que 90% do efetivo da empresa permaneça dando expediente, o que não foi suficiente para parar o movimento. Com isso, o ministro do TST Ives Gandra determinou o bloqueio das contas dos Sindicatos, o pagamento de multas que chegam a R$500 mil/dia, além de autorizar a Petrobras a contratar trabalhadores temporários. Tal posição foi reafirmada pelo presidente do STF, Dias Toffoli, na última quarta-feira (12/02). E nesta segunda (17/02) declarou a greve ilegal. Uma posição claramente desproporcional e que viola o direito à livre associação.

Por tudo isso, o Sind-REDE apoia incondicionalmente a justa luta dos petroleiros em defesa de seus empregos, por melhores melhores condições de trabalho e de vida. Junto com esses trabalhadores lutamos por uma Petrobras 100% estatal e controlada pelos seus trabalhadores e pelas populações atingidas pela exploração do petróleo. Somos contra a política de preços imposta pelo governo à Petrobras e em defesa do petróleo brasileiro, pois entendemos que nossos recursos fósseis precisam estar a serviço dos interesses da maioria do povo e não do capital estrangeiro.

É urgente que as centrais sindicais, os movimentos estudantis e populares e o conjunto da classe trabalhadora brasileira unifiquem suas lutas para pôr fim às privatizações, demissões, cortes de direitos e contra-reformas que só favorecem aos patrões.

  • Abaixo a ofensiva privatista de Bolsonaro e Guedes!
  • Em defesa da Petrobras e do investimento dos recursos do Pré-Sal na educação pública!
  • Todo apoio à greve dos petroleiros, contra a criminalização dos que lutam!
  • Nas escolas, refinarias ou plataformas, somos uma só classe trabalhadora!

DIRETORIA COLEGIADA DO SIND-REDE/BH