A greve unificada dos trabalhadores dos Correios entra no segundo dia nesta quarta-feira (19) com uma grande mobilização em todo o país. A paralisação começou forte desde as 22h de segunda-feira (17), com a adesão de 70%, segundo a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), e hoje trabalhadores de mais unidades e centros de distribuição pelo país também estão cruzando os braços.
A mobilização vem obtendo ainda apoio de várias outras categorias, sindicatos, centrais sindicais, movimentos sociais, parlamentares e entidades da sociedade.
Não é para menos. A luta dos trabalhadores dos Correios é contra o brutal ataque da direção da empresa, sob o comando do general Floriano Peixoto, e do governo Bolsonaro, que querem acabar com praticamente todos os direitos do ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) da categoria.
Além disso, empresa e governo também estão tratando com total negligência a vida dos ecetistas em meio à pandemia, que já matou 120 trabalhadores, e planejam o fim dos Correios com sua privatização.
O ACT tem validade até agosto de 2021, mas os Correios simplesmente querem quebrar o acordo e acabar com os direitos dos 100 mil funcionários. A direção da empresa segue mantendo a postura intransigente desde o início das negociações da Campanha Salarial e insiste no fim de 70 das 79 cláusulas do ACT. Porém, publicamente, mente, dizendo que não está retirando direitos e que precisa fazer cortes para ajustar a situação da empresa.
Entretanto, os Correios registraram lucro recente de R$ 169 milhões, além de ter registrado forte aumento nos serviços em razão da pandemia e do aumento do e-commerce.
“É muita cara de pau do general Floriano Peixoto, que tem salário de R$ 48 mil, além de outros privilégios como um auxílio-moradia de R$ 1.800, querer impor um ataque tão brutal aos trabalhadores dos Correios que, em média, ganham no máximo R$ 2 mil”, afirma o dirigente da Fentect e integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Geraldinho Rodrigues.
“Os trabalhadores dos Correios recebem o menor salário entre as estatais e benefícios, como o auxilio alimentação que o governo retirou, por exemplo, compõem a maior parte do salário. O fim deste e outros 69 direitos do ACT vai achatar ainda mais a renda dos trabalhadores”, explica Geraldinho.
“O que ainda é mais absurdo é que em meio à pandemia, o general Floriano aplica a mesma política genocida de Bolsonaro. Os sindicatos tiveram de entrar na Justiça para exigir equipamentos de proteção, enquanto os trabalhadores se contaminam e morrem pela Covid. Há vários casos de trabalhadores de risco e infectados que nem o afastamento foi garantido”, denuncia.
Os ataques que a direção dos Correios e o governo Bolsonaro estão fazendo aos trabalhadores dos Correios se inserem numa ofensiva ainda mais brutal que é a privatização da empresa.
Paulo Guedes e Bolsonaro incluíram os Correios na lista de estatais a serem entregues ao setor privado e isso irá significar a demissão de mais de 60 mil funcionários, além da piora no atendimento à população, principalmente mais pobre.
A CSP-Conlutas se solidariza e expressa todo apoio à greve dos trabalhadores dos Correios.
Em defesa dos direitos, da vida e dos empregos!
Não à privatização!
Fora Bolsonaro, Morão e o General Floriano!
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