Educação de qualidade é direito de todas e de todos os brasileiros. Milhares de profissionais da educação pública trabalham seriamente para tornar esse conceito realidade, mesmo diante de inúmeras adversidades.
Infelizmente, não encontram o respaldo necessário de grande parte de muitos governantes.
Para piorar, alguns setores da sociedade decidiram atacar professores, alunos e instituições de ensino, para tentar reduzir a compreensão da população sobre o importante papel da educação para o desenvolvimento da sociedade.
Construção conjunta
Educação de qualidade se constrói de forma conjunta, através do diálogo e do debate, inclusive sobre diferentes perspectivas e visões de mundo. Dessa forma, seria possível desenvolver ações benéficas para a maior parte da população.
Mas muitos governantes e políticos não querem dialogar e tentam “passar a boiada” de seus projetos sem qualquer conversa. Belo Horizonte não fica longe disso.
Em vez de proporcionar espaços para a construção coletiva, a prefeitura prefere atacar os trabalhadores da educação pública do município. Sem qualquer diálogo, direitos foram retirados e tentando desconfigurar a nossa carreira (nossas greves travaram isso, por enquanto).
O cenário imposto pela Pandemia do Covid-19 agravou a situação. Fez as desigualdades sociais aumentarem, ficando muitas vezes professores e crianças, limitadas pela ausência de políticas que representam as necessidades da educação.
Em vez de conversa, retirada de direitos
Ao longo de 2020, a prefeitura de Belo Horizonte implementou diversas medidas para prejudicar os profissionais da educação do município. Houve o corte do vale refeição, que afetou de forma drástica os rendimentos de todos e de todas, mas especialmente dos terceirizados e dos assistentes administrativos educacionais (AAEs).
Não foi só isso. Os abusos e o assédio foram ampliados com o teletrabalho. Houve demissões de trabalhadores antigos nas escolas e, como “presente de Natal” após as eleições, veio a votação do aumento da alíquota da Previdência, que gerou uma perda de 3% nos nossos salários.
Tudo isso combinado ao medo, à ansiedade e à angústia provocada por uma pandemia que já matou mais de 200 mil pessoas no país.
Demonstrando falta de sensibilidade e de compromisso, a prefeitura de Belo Horizonte cortou os contratos das dobras e diminuiu os atendimentos às turmas, reduzindo professoras e professores dos quadros das escolas e das diretorias regionais. Com a diminuição do pessoal, aumentaram a carga de trabalho dos demais.
Em 2021 o cenário parece ser o mesmo (e pode até se agravar). A prefeitura não quer dialogar, mesmo diante dos crescentes índices de contaminação pela Covid-19, que voltaram a assombrar a população (Minas Gerais é o terceiro estado com mais contaminações e mortes).
Diálogo é essencial
O diálogo é o elemento essencial para estabelecer uma convivência baseada em valores mais humanos, éticos e respeitosos. Inclusive para construção e elaboração de políticas públicas em todas as áreas.
Na educação não é diferente.
Todos os envolvidos no processo educacional (gestores, profissionais da educação, estudantes e famílias) devem ter espaços apropriadas para diálogo.
As injustiças e as desigualdades sociais, econômicas e políticas que afetam nossa sociedade hoje só serão superadas com base no respeito. Por que a prefeitura de Belo Horizonte prefere o caminho contrário?
Dialogar não significa perder a autoridade, mas sim construir conjuntamente uma educação de qualidade.