A Educação Infantil é considerada uma das mais importantes etapas da formação das crianças.
Esta etapa envolve lidar com diferenças, desenvolver a personalidade e a autonomia, a criação de laços de amizade e as descobertas em diferentes áreas do conhecimento.
Ela funciona como uma base para as demais etapas da educação formal, e o correto aproveitamento deste período permite que as crianças cresçam com mais autonomia.
A educação infantil é fundamental para o desenvolvimento integral (cognitivo, físico, social e emocional), construindo uma base sólida de aprendizagem ao longo da vida.
E o impacto não está limitado às crianças, pois esse processo pode refletir em mudanças positivas nas famílias e em toda a sociedade.
É preciso ampliar
Segunda a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, 46,4% das crianças entre 0 e 3 anos estão na escola, número abaixo dos 50% estipulados pelo Plano Nacional de Educação (PNE). Entre as crianças com 4 e 5 anos, esse percentual fica em 90,5%.
Falta de investimento e de valorização
Educação pública de qualidade é direito de todos. Porém, a prefeitura de Belo Horizonte não investe o necessário, adota políticas questionáveis e, com frequência, se recusa a dialogar com os trabalhadores da educação pública municipal.
BH conta com 145 escolas municipais de educação infantil (EMEI), que atendem 53 mil crianças.
Sem qualquer diálogo, a prefeitura acabou com o horário integral na maioria das EMEI, deixou de construir novas e ainda adotou a política de garantir o atendimento em escolas conveniadas.
A rede conveniada conta com estruturas mais precárias e os profissionais têm jornada de trabalho maior, salário menor e carreiras piores.
A capital mineira precisa com urgência da construção de novas escolas, para que toda a população tenha vagas.
Educação precisa ser prioridade para a prefeitura e a legislação precisa ser cumprida. A lei orgânica do município determina que sejam investidos 30% de impostos e transferências com educação, mas a prefeitura investe apenas 27%.
Pandemia
Por causa dos impactos da pandemia de Covid-19, muitas famílias tiraram seus filhos das escolas particulares, e o município pode enfrentar um verdadeiro caos por falta de vagas.
Entre 30% e 40% das matrículas em escolas privadas de educação infantil de Belo Horizonte já foram cancelados desde o início da pandemia.
Se todos esses alunos migrarem para a rede pública de ensino, faltarão mais de 24 mil vagas para crianças entre 0 e 5 anos em 2021.
Para construir o amanhã é necessário muito mais que discursos, é preciso ação, investimento e diálogo.
Fonte: SindRede – BH