A Audiência Pública da Comissão de Direitos Humanos, Igualdade Racial e de Defesa do Consumidor realizada na tarde de hoje (04), na Câmara Municipal de Belo Horizonte buscou debater as agressões da guarda municipal contra os professores, na porta PBH, no último dia 25/03 (sexta-feira).
Logo no início foi exibido um vídeo com as imagens do dia da manifestação, um apanhado dos momentos antes e durante a ação da guarda municipal. A partir das imagens de violência, o Sind-REDE questionou de quem veio a ordem para as ações; qual o posicionamento da Prefeitura perante o excesso de violência da guarda municipal e se há treinamento da guarda para esse tipo de situação.
Alguns vereadores também levantaram outras questões como o nome e as patentes dos guardas municipais afastados; solicitação de um pedido de retratação por parte da prefeitura aos professores que foram brutalmente agredidos.
Posicionamento da Guarda Municipal
O secretário de segurança e prevenção da Prefeitura, Genilson Zeferino afirmou que a ordem do ataque não partiu dele, mas confirmou que durante as agressões estava dentro da Prefeitura junto com o ex-prefeito Alexandre Kalil. Além do mais, admitiu que a movimentação saiu do controle e que as ações não deveriam ter tomado a proporção que tomaram.
Segundo o subsecretário e comandante da Guarda Municipal, Rodrigo Sérgio Prates, o caso está sendo investigado pela corregedoria da Guarda e foi criada uma comissão que irá desenvolver estudos para a melhoria da Guarda. Ele afirmou que a guarda municipal não possui tropa de choque, mas que os policiais municipais são treinados e qualificados.
Em momento algum, durante a Audiência, a Guarda Municipal se responsabilizou pela lamentável ação ocorrida no último dia 25 (sexta-feira).
Os questionamentos continuam sem resposta, e o Sind-REDE/BH ainda aguarda que os envolvidos sejam punidos e que seja identificado de quem partiu a ordem das agressões. Para o Sindicato, independente disso, o alto-comando da segurança do governo municipal deve ser responsabilizado.
Uma ação dessa proporção não deveria ter ocorrido, já que havia um grupo de 20 pessoas em protesto pacífico. Além do mais, a manifestação foi altamente divulgada nos canais de comunicação do Sindicato, não foi uma ação de última hora.
No mesmo dia, a secretária de Educação, Ângela Dalben deu uma entrevista chamando a ação de ato político e criminalizou os professores. Até o momento, o governo municipal não admitiu oficialmente que houve excessos e uma retratação para os professores não foi sinalizada. A secretária de Educação foi convidada para a Audiência, mas não compareceu.
Os trabalhadores em educação seguem em greve e ainda sem uma negociação que atenda prontamente a categoria. Está marcada uma assembleia para o próximo dia 06 (quarta-feira), às 8h30, na Praça da Estação.