Nosso país passa por um dos momentos mais difíceis de sua história. Como se não bastasse a terrível pandemia de Covid-19, que já tirou a vida de mais de 200 mil brasileiros e destroçou inúmeras famílias, ainda sofremos com a ganância de setores que não se importam com as necessidades da população, especialmente a parcela mais carente da sociedade.
Esse grupo, que podemos chamar de elites (econômica, política, financeira), ainda têm ao seu lado uma mídia tradicional bastante tendenciosa.
Esse movimento conduz em uma grande campanha de desvalorização daqueles que estão na linha de frente no atendimento à população: os servidores públicos.
São eles que garantem o acesso dos brasileiros a direitos mais básicos, como a educação.
Em Belo Horizonte-MG, mesmo sem a infraestrutura necessária, muitas vezes em condições precárias, sofrendo com uma desvalorização crescente, os profissionais da educação pública continuam fazendo o máximo de esforço para proporcionar uma formação de qualidade a crianças, jovens e adultos que não tiveram a oportunidade de frequentar a escola quando crianças.
E durante a pandemia, professores, mesmo trabalhando à distância, tiveram suas jornadas de trabalho aumentadas para se adaptar à nova realidade, geralmente sem o apoio da prefeitura.
O serviço público é fundamental para o Brasil
No Brasil, mais de 85% dos alunos no ensino fundamental e médio estão nas escolas públicas.
Esse número é suficiente para demonstrar a importância dessa área para o presente e para o futuro do país.
Além disso, é nas universidades públicas onde se produz 90% da ciência brasileira. E 42 das 50 melhores instituições de ensino superior do país são públicas, segundo os rankings mais renomados (nacionais e internacionais).
Mais de 80% da população depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS). E, mesmo entre as pessoas que possuem planos particulares, é na saúde pública que milhões de brasileiros recebem atendimentos de alta complexidade.
Engana-se quem pensa que o serviço público é lugar de “privilégios” e “altos salários”. Mais de 60% dos servidores do país atuam justamente em setores essenciais: educação, saúde e segurança. Mais da metade do funcionalismo brasileiro recebe até três salários-mínimos.
Em um país ainda marcado por profundas desigualdades (que aumentaram nos últimos anos), a abrangência dos serviços públicos vai além, e garante que o Estado possa desenvolver a proteção ao meio ambiente, geração de emprego e renda, infraestrutura, assistência social, cultura, urbanismo, gestão ambiental, segurança, abastecimento, desenvolvimento agrário, habitação, previdência social, saúde, saneamento, transporte e inúmeras outras ações.
Valorização é necessária
Servidores públicos são altamente qualificados, constroem longas carreiras e, por isso, estão sempre se especializando e aprimorando seu conhecimento.
Além de desempenhar suas funções com empenho, ainda criam laços nas comunidades onde atuam, pois são comprometidos com a sociedade.
Mesmo com a constante campanha de desvalorização que sofrem por parte daqueles que defendem o Estado mínimo, não deixam de realizar seu trabalho da melhor forma possível, diante de condições precárias e da desvalorização por parte dos governantes.
Mas, então por que alguns setores iriam querer o fim de algo que beneficia toda a população?
Porque são setores que pretendem lucrar sobre as necessidades da população e defendem a ideia de apenas os mais ricos podem ter acesso aos direitos e à qualidade de vida.
O caminho deve ser justamente o inverso, porque valorizar o servidor e o serviço público beneficia o conjunto da sociedade!