Nota de Solidariedade ao deputado federal Glauber Braga (PSOL/RJ) e de repúdio à perseguição política promovida por Arthur Lira (PP/AL)

Glauber teve sua cassação aprovada pelo Conselho de Ética e iniciou uma greve de fome contra a perseguição.

A diretoria colegiada do Sind-REDE/BH manifesta sua irrestrita solidariedade ao deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), que nesta quarta-feira (09/04) teve seu processo de cassação aprovado pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, por 13 votos a 5. Trata-se de um ataque grave e inaceitável à liberdade de expressão, ao mandato popular e ao direito de oposição em uma democracia.

Glauber é um dos parlamentares mais combativos do Congresso Nacional, reconhecido por sua postura coerente, classista e por estar sempre ao lado das lutas populares e da classe trabalhadora. Em seus cinco mandatos, nunca se curvou aos interesses da velha política, do mercado ou das oligarquias partidárias. Foi uma das principais vozes contra o orçamento secreto e contra a blindagem de figuras envolvidas em escândalos de corrupção, como o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP/AL), a quem chamou, com coragem, pelo que de fato representa: um agente do atraso e do fisiologismo.

O processo movido pelo partido Novo é nitidamente político e persecutório. Glauber é acusado de ter expulsado das dependências da Câmara um militante do MBL, conhecido por suas práticas de provocação e por insultar de forma vil a mãe do deputado, então doente, e que faleceu 22 dias depois do episódio. Transformar esse fato num motivo para cassar um mandato popular é, além de desumano, um escárnio.

Ainda mais revoltante é a seletividade do Conselho de Ética: enquanto Glauber é punido com o máximo do rigor por defender sua honra e seu mandato, parlamentares como Chiquinho Brazão — preso por suspeita de envolvimento no brutal assassinato de Marielle Franco — seguem com seus mandatos intactos. O processo contra Brazão está parado na Câmara desde agosto do ano passado. Esse contraste escancara o uso político do Conselho, que serve não à ética, mas à conveniência dos poderosos.

O relatório contra Glauber foi produzido por Paulo Magalhães (PSD-BA), aliado de Lira, em um processo conduzido sob denúncias de troca de favores e distribuição de emendas parlamentares. É um cenário que repete velhas práticas autoritárias e antidemocráticas.

A resistência de Glauber — que ocupou o plenário por toda a noite de ontem, iniciou uma greve de fome e anunciou que recorrerá por todos os meios possíveis — inspira e fortalece todos e todas que seguem lutando por um Brasil mais justo, com direitos e democracia real.

Cassar Glauber não é só uma injustiça contra um deputado combativo. É uma tentativa de silenciar todos que ousam enfrentar os desmandos do centrão. É um ataque contra o campo da esquerda, contra a oposição, contra os movimentos sociais e contra a liberdade de expressão no Parlamento.

Glauber fica! Em defesa da democracia, da liberdade de expressão e da luta por justiça social.