Smed assina contrato de mais de R$ 10mi com empresa acusada de corrupção

Brink Mobil é investigada pela PF por pagamento de propina, cartel, fraude em licitação e desvio milionário de recursos públicos.

A Secretaria Municipal de Educação (Smed) assinou um contrato de R$ 10.010.977,20, por meio de licitação, com uma empresa acusada de corrupção para fornecer kits escolares para 97 unidades escolares de Ensino Fundamental da Rede Municipal de Belo Horizonte. A Brink Mobil está envolvida, segundo a investigação Calvário da Polícia Federal, em um esquema que desviou cerca de R$ 134,2 milhões de recursos públicos da saúde e da educação no Estado da Paraíba.

A empresa tem um histórico de suspeitas de irregularidades no fornecimento de material escolar à prefeituras e governos estaduais. Além do desvio milionário na Paraíba, a Brink Mobil é acusada em pagar ao menos R$1,8 milhão em propina para obter os contratos no estado. Ela também já havia sido denunciada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por formação de cartel em licitações públicas, acusada de fraudar licitações para compra de uniformes, mochilas e materiais escolares em quatro Estados brasileiros entre 2007 e 2012.

A última vez que a empresa figurou os noticiários foi em 2020, quando o então ministro do ministério da Educação do governo Bolsonaro, Abraham Weintraub, assinou um contrato de 1,3 bilhão com a Brink Mobil para a aquisição de kits de robótica. O TCU identificou vícios no edital que poderiam beneficiar a Brink Mobil, mesmo assim, o MEC e o FNDE mantiveram a compra.

Em abril, a Folha denunciou que parte dos kits foram direcionados à escolas sem infraestrutura básica no estado de Alagoas, kits chegaram em escolas sem computadores, acesso a internet e até mesmo sem água encanada.

Inversão de valores

Para o Sind-REDE/BH, a contratação de Brink Mobil pela Smed é mais um capitulo que demonstra a completa inversão de valores da Prefeitura de Belo Horizonte na Educação.

Enquanto os trabalhadores em educação tem a sua carreira achatada, acumulam perdas inflacionárias e os aposentados veem a regra da paridade ser burlada pela prefeitura, recursos milionários que poderiam ser destinados para a valorização profissional e contratação de mais professores são destinados para contratos com empresas e organizações do terceiro setor que apresentam um histórico de corrupção e desvio de recursos públicos.

Para acessar o contrato assinado entre a Brink Mobil e a Smed, clique no botão abaixo.