Pela terceira vez em pouco mais de um mês, o Brasil foi às ruas para gritar Fora Bolsonaro e Mourão. Dessa vez, o ato precisou ser convocado às pressas, com apenas uma semana de preparação, em resposta ao escândalo de corrupção envolvendo a tentativa de compra superfaturada de vacinas Covaxin para beneficiar empresas privadas. Mas, mesmo com uma convocatória corrida, os protestos mantiveram a sua força. Foram registrados protestos em todas as capitais brasileiras e em mais de 300 cidades do interior.
O Governo Bolsonaro, além de ser responsável pelo genocídio em curso, devido a sua postura negacionista e anticientífica que fez o Brasil ultrapassar a marca de mais de meio milhão de mortos, dá indícios cada vez mais fortes que a motivação para o atraso na vacinação tem a ver com um forte e sofisticado esquema de corrupção, com suposto conhecimento (ou até envolvimento) do próprio presidente.
Ato em Belo Horizonte
Em Belo Horizonte, a manifestação teve concentração na Praça da Liberdade, às 14h e encerramento na Praça da estação, por volta das 18h. A passeata passou pelas avenidas João Pinheiro, Augusto de Lima, Amazonas e Av. Andradas. Como nos atos anteriores, houve distribuição de máscaras PFF2 e álcool em gel, mas com consciência, a maioria dos manifestantes já estavam utilizando os equipamentos de proteção individual. Também houve um esforço grande da organização para que o distanciamento entre as pessoas fosse mantido, com a utilização rádios em todo o ato e orientações através dos carros de som para que fosse evitada a aglomeração.
Por todo o ato foi possível observar cartazes e faixas que reivindicavam mais vacinas, volta do auxílio emergencial de R$ 600, defesa da floresta amazônica e dos povos indígenas que lutam contra o PL 490, mensagens contra o negacionismo científico, em defesa dos serviços públicos, contra a reforma administrativa, mas também com muitas acusações sobre a corrupção do Governo.
Segundo a diretoria do Sind-REDE/BH, o ato foi um acerto político e uma vitória da unidade do movimento. “Seu tamanho foi similar aos anteriores, mas apontou uma radicalidade maior, com muitos setores reivindicando mais do que o impeachment. Para tirar Bolsonaro e barrar a aprovação de seus projetos na Câmara, como o marco temporal, as privatizações e a Reforma Administrativa, é preciso ir além”, pondera.
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A luta continua até Bolsonaro cair
O próximo passo da luta será a mobilização de 24 de julho. Dessa vez, com mais tempo para cada movimento se organizar e mobilizar suas bases é possível fazer um ato ainda maior contra Bolsonaro, derrotando de uma vez por todas o seu governo.
“Não dá pra esperar até 2022, Bolsonaro é um perigo para a vida no país. Com mais de meio milhão de mortes e fortes indícios é urgente que a luta siga até a derrubada de seu governo, portanto a unidade e a mobilização de base é fundamental neste momento”, afirma o Sind-REDE/BH